A luta pela reindustrialização do Brasil

No auge do período nacional-desenvolvimentista do Brasil, a indústria representava 30% do PIB brasileiro e foi a principal responsável pelo acelerado crescimento econômico

Foto: CNI/José Paulo Lacerda

Carlos Pereira, dirigente nacional do PCdoB e repórter especial do jornal Hora do Povo, foi o organizador do livro “Produção versus Rentismo – Trabalhadores e Empresários pela Reindustrialização do Brasil”.

Com 92 páginas e doze artigos de dirigentes sindicais de trabalhadores e empresários, o livro tem como objetivo central reafirmar a compreensão de que a reindustrialização é a âncora fundamental para um crescimento econômico sólido e sustentável no país.

No auge do período nacional-desenvolvimentista do Brasil, a indústria representava 30% do PIB brasileiro e foi a principal responsável pelo acelerado crescimento econômico, modernização e avanços sociais do nosso país.

Desde os anos 80 do século passado, porém, a locomotiva chamada Brasil sofreu uma paralisação profunda. Hoje a economia brasileira, como nos tempos coloniais, está reprimarizada e a produção industrial caiu para pífios 11% do PIB.

Com a perda do dinamismo industrial, a economia brasileira foi apelidada pelos economistas de voo de galinha – voa baixo e logo volta ao chão. Para reverter este quadro, o Brasil superar um grande gargalo – a desindustrialização.

Os diferentes enfoques dos artigos do livro em tela mostram a necessidade do país se reindustrializar e romper com as amarras do neoliberalismo, conjunto de regras dogmáticas que inviabilizam o desenvolvimento econômico e social.

Dentre os problemas estruturais que precisam ser removidos, o livro enfatiza a necessidade de acabar com a independência do Banco Central e sua política de taxas de juros abusivas, verdadeiros freios para a economia.

Paralelamente, a política fiscal do país precisa ser alterada. Acabar com metas de inflação irrealistas e com a obsessão danosa por superávits, o que diminui tanto os investimentos quanto dotações orçamentárias mais consistentes para as áreas sociais.

A publicação também lembra a necessidade de alterar a política tributária brasileira, para desonerar a produção e o trabalho e taxar mais os ganhos financeiros, condição para ampliar investimentos em infraestrutura e baratear o chamado “Custo Brasil”.

Por outro lado, também é de interesse dos trabalhadores a adoção de política de fortalecimento industrial, meio pelo qual se garante a ampliação da oferta de empregos de qualidade e com melhor remuneração.

Com o livro em mãos, Carlos Pereira tem realizado debates, palestras e seminários que servem tanto para mobilizar amplos setores sociais e políticos como para ampliar os consensos em torno de uma questão chave para o país.

É uma necessidade estratégica para o Brasil o desenvolvimento econômico baseado na indústria e no progresso social, caminho irrenunciável para o país reverter as enormes desigualdades sociais e regionais e abrir um novo ciclo progressista em sua história.

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