Israel comete crime de guerra ao transformar alimentos em armas, diz ONU
De acordo com o Escritório de Direitos Humanos das Nações Unidas, ao menos 410 palestinos morreram em busca de alimentos na assistência humanitária militarizada israelense: “morrem de fome ou buscando comida”
Publicado 24/06/2025 17:03 | Editado 24/06/2025 17:45

O Escritório de Direitos Humanos da ONU divulgou nesta terça-feira (24) que, pelo menos, 410 palestinos foram mortos enquanto buscavam alimentos em centros de ajuda humanitária em Gaza, na Palestina. De acordo com a organização, estas mortes podem ser enquadradas como crimes de guerra.
Segundo o escritório, este alerta ocorre após um mês do início das operações da Fundação Humanitária de Gaza, apoiada por Israel e os Estados Unidos.
Em coletiva de imprensa em Genebra, na Suíça, o porta-voz de Direitos Humanos da ONU, Thameen Al-Keetan, disse que as mortes ocorrem durante tiroteios nos pontos de distribuição, enquanto civis famintos se esforçam para conseguir algum suprimento.
“A transformação de alimentos para civis em armas, além de restringir ou impedir seu acesso a serviços essenciais, constitui um crime de guerra e, em certas circunstâncias, pode constituir elementos de outros crimes previstos no direito internacional”, afirma Al-Keetan.
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O porta-voz sublinhou que a situação é ocasionada pela ação das Forças de Defesa de Israel. Como informa, cerca de 93 pessoas foram atingidas pelo Exército ao tentarem se aproximar dos comboios de ajuda das Nações Unidas: “o mecanismo militarizado de assistência humanitária de Israel está em contradição com os padrões internacionais de distribuição de ajuda”, diz.
Ele também aponta que a classificação de crime de guerra atribuída a Israel deverá ser feita por um tribunal para ter validade. Porém, foi firme ao relatar a condição desumana imposta pela pretensa assistência humanitária militarizada israelense, que oferece aos palestinos a opção de morrer de fome ou correr o risco de serem baleados enquanto buscam alimentos.
*Com informações ONU Notícias