A batalha chegou às ruas!

Na semana passada, analisei que a direita se preparava para o “assalto final”, o que foi inteiramente confirmado com a arrogância e a truculência da condução coercitiva do presidente Lula, que sequer foi convidado quanto mais intimado a depor. O episódio dá bem a dimensão do nível da batalha que, agora, tende a tomar às ruas.

O presidente Lula, como ele próprio tem reiterado, tem colaborado ativamente com essas investigações. Depôs todas as vezes que foi convidado, sem sequer avocar suas prerrogativas legais de ex-presidente da República. Não havia, portanto, legalmente, qualquer fato que justificasse tal arrogância e prepotência, salvo pela orientação política e ideológica que, ao que tudo indica, é o que move os condutores da lava-jato.

Mas, para além da arrogância, truculência, pirotecnia, parcialidade e claro viés ideológico que tem caracterizado a orientação e a prática de alguns membros envolvidos na chamada operação lava-jato, é preciso procurar vê alem do nevoeiro de trevas antidemocráticas lançado com a “condução coercitiva” do presidente Lula.

Não imaginemos que se tratou de uma ação tresloucada. O ato foi premeditado e ponderado em todas as suas dimensões, incluindo o eventual risco de vitimizar Lula. São riscos calculados. Procuram demonstrar que são senhores absolutos da situação e que na prática já governam, pois se até um ex-presidente, com elevado prestigio de massa, pode ser arrastado de forma truculenta, imaginem o que não podem fazer contra o povo e as forças sociais que os representam. Esse é o recado!

O segundo objetivo dessa ação é medir a “temperatura” das ruas, dos movimentos sociais, do conjunto da sociedade, para dimensionarem a próxima etapa de ruptura institucional. O golpe caminha para seu desfecho final.

Tudo indica que a direita não desistirá de seu intento golpista. E não há novidade nos seus métodos. Ela nunca se importou em cumprir protocolo ou regras de boas maneiras. Sempre recorreu e praticou a violência contra seus opositores, seja para se manter no controle do país ou para depor seus adversários e ou inimigos. As forças progressistas que lideram esse governo são mais do que adversários para a direita, são inimigos, inimigos de classe. Não há acordo possível. Estejamos preparados para o embate.

Por isso mesmo causa espécie a declaração de Marina Silva (Rede), Correio Brasiliense de 07.03.2016, na qual ela diz que “é triste ver o PT se perder na violência”. Como ela não é ingênua tal disparate soa como provocação. Afinal, ela não viu o presidente Lula ser conduzido coercitivamente, mesmo sem nunca ter se negado a depor; não soube que o Ministro Jaques Wagner foi insultado num restaurante de Brasília pelo simples fato de ali estar; não viu ou não assistiu militantes do movimento social serem espancados por sicários a soldo da direita e acobertados pela polícia tucana de São Paulo?

Ela viu e sabe de tudo isso, mas tem lado. Fez sua opção.

Marina, o movimento popular, as forças progressistas, jamais praticaram violência. São amantes da paz. Apenas se defendem com os parcos meios que dispõe. Quem, historicamente, pratica a violência são as forças de direita, a classe dominante, acobertadas pelo aparelho de estado. A escalada de violência que nós e você está assistindo nesse momento é patrocinada exclusivamente pela direita, a mesma direita que patrocinou e executou o golpe de 64 e assassinou lideres populares, dentre eles Chico Mendes, seu conterrâneo, de nosso valoroso estado do Acre. Se acautele!

Diante desse quadro e do reino da confusão que declarações como essa procuram estabelecer, é fundamental que não nos dispersemos. Nunca foi tão essencial a clareza de definição de lados, de aliança e apoio aos movimentos sociais, sem descuidar de movimentos que evitem o isolamento das forças progressistas. E, obviamente, a retomada da iniciativa política e econômica por parte do governo, recorrendo a empréstimos e quaisquer outras medidas. Governar, no momento, se impõe como uma necessidade objetiva.

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