A grande tarefa

A melhor ocasião para se travar uma batalha é depois de uma vitória, ensinava Napoleão.

Com o grande sucesso da Conclat, que lotou e coloriu o Pacaembu, na manhã fria e garoenta de 1º de junho, o movimento sindical deve imediatamente engajar a luta para a massificação da versão correta do que se passou e para a divulgação organizada e coerente da agenda de reivindicações e do manifesto que foram unanimemente aprovados durante o evento.

A grande imprensa noticiou e comentou (com raras exceções) aquilo que desde sempre queria noticiar e comentar: a desimportância do ato sindical unitário, a ênfase nas despesas, um ou outro fato inusitado; predominou o viés politiqueiro das edições.

Todos os que estiveram lá podem testemunhar: vinte e três mil participantes bilhetados, mais sete mil que foram autorizados a entrar sem bilhetes, seiscentos ou setecentos ônibus de caravanas e quatro mil e quinhentas entidades sindicais do Brasil inteiro.

A unidade de ação demonstrou sua força e potencialidade: os documentos que circularam – ao invés da algaravia de reuniões que se parecem com feiras livres – foram os documentos elaborados pelas centrais promotoras e organizadoras da Conclat e pelo Dieese; as bandeiras multicoloridas marcaram o ritmo das apresentações e dos discursos. Foi emocionante. Entre os muitos registros que podem ser feitos, quero destacar apenas três: a nutrida “bancada” dos eletricitários de São Paulo, a presença qualificada dos profissionais de formação universitária da CNTU e a camiseta original da Conclat de 1981, orgulhosamente vestida por Hugo Perez.

Todo o poderoso sistema de comunicação sindical deve se colocar a serviço da divulgação do ato e de seus documentos. Isto deve ser feito imediatamente; antes da Copa do Mundo começar.

O desafio é que a base sindical receba, com presteza, as informações corretas e que as reivindicações constantes da agenda e o manifesto tenham a mais ampla divulgação antes mesmo de serem entregues aos candidatos. Precisamos vencer a batalha entre o que de fato houve e o que a grande imprensa escondeu ou deformou.

Agora é a hora; ainda quente depois da vitória no Pacaembu e antes da Copa do Mundo.

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