A hora é agora
O povo do Rio de Janeiro esta cansado
Publicado 01/05/2014 11:04
Cansado de lamentar e chorar a morte de jovens e adultos, negros e brancos, homens e mulheres, praticamente todos os dias da semana. Cansado das falhas sistemáticas em todas as áreas sociais e na dificuldade de ser ouvido por um Governo em dívida com a sociedade. O divórcio entre os movimentos sociais e o Estado do Rio de Janeiro já apontava isso.
O cenário é grave e nos apresenta o retrocesso político da atual gestão somado a possibilidade de reaproximação de forças retrógradas ao poder. Diante disso, o Partido Comunista do Brasil vem reafirmando a necessidade de um novo caminho para o nosso Estado, pavimentado a partir de um olhar mais amplo e generoso, que perceba novos atores, seu potencial criativo, a pluralidade étnica, as especificidades de gênero e idade, as diferentes culturas e necessidades. Um olhar que trate o Estado como um corpo único, mas que enfrente as profundas desigualdades existentes.
É preciso sair da zona de conforto, ir às ruas, bem perto da realidade e entender melhor o que está acontecendo.
Os gritos vem de todas as partes. É preciso sair da zona de conforto, ir às ruas, bem perto da realidade e entender melhor o que está acontecendo. É preciso mobilizar a sociedade e evitar que a luta por seus direitos leve à negação da política com 'P' maiúsculo. Precisamos oxigenar a luta política com as estéticas do povo e com a ética da solidariedade e da generosidade. É momento de reconhecermos nossas conquistas e avançarmos mais, muito mais. Para isto, precisamos pensar pela esquerda. Necessitamos pensar em reformas que reestruturem e não em maquiagens. Os direitos básicos da vida precisam ser garantidos universalmente, mas queremos ir além.
Como diz a frase já incorporada ao imaginário popular, "não queremos a paz dos cemitérios", queremos a paz das artes, das escolas, da integração entre as pessoas, do som de risadas e dos debates em cada esquina, da certeza de usufruir do direito à saúde, à educação, ao endereço certo da moradia. Queremos a paz de uma polícia preparada e respeitada, que não se contamina pelo crime, e que cumpra o seu papel de proteção dos cidadãos.
Temos lutado no plano nacional pela reforma política, que impeça empresas de contribuírem em campanhas eleitorais, pela reforma urbana, agrária, tributária e da comunicação, que possibilite liberdade e pluralidade de opinião. Precisamos fazer com que estas lutas reflitam no nosso Estado, particularmente a reforma urbana melhorando a qualidade de vida nas cidades, que hoje vivem o caos no trânsito e no transporte.
Chega de choro e vela.
Quem sabe faz a hora e o povo é sábio! A hora é agora.
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