A militância como no futebol

Tal como o atleta de futebol bem-sucedido — porque une vigor físico e técnica —, o militante há que se alimentar permanentemente da teoria e da linha política do Partido

Provavelmente o melhor analista do futebol na mídia brasileira, na atualidade, seja o ex-campeão do mundo Tostão.

Suas argutas observações frequentemente me levam a fazer conexões com outros aspectos da vida.

Com a militância política, por exemplo.

Em texto recente, ele escreveu que no futebol atual “os jogadores não param de correr. Vão e voltam com muita intensidade. O jogo é uma maratona, mas isso não basta. É preciso unir vitalidade e talento, tratar bem a bola, acariciá-la.”

Nos dias que se seguem, assim é a vida.

E a luta.

Somos induzidos, pela força das obrigações e dos acontecimentos, a uma espécie de moto contínuo cotidiano.

Essa contingência, sobretudo nas cidades grandes e médias, impõe ao militante partidário — aos do PCdoB em especial — o desafio de pensar lutando, de fazer em sã consciência.

Porque além da sobrevivência comum a todos os viventes, temos o dever de identificar a cada instante, às vezes exposto como a luz do dia ou mais ou menos embutido, por trás do significado de tudo o que acontece, o veio da luta política.

Isto significa o diálogo permanente com as pessoas com as quais convivemos e considerar cada fato aparentemente fortuito como ponto de partida para a compreensão da realidade no seu todo.

É a relação entre o particular e o geral, pedra de toque da elevação da consciência social.

Por isso, tal como o atleta de futebol bem-sucedido — porque une vigor físico e técnica —, o militante há que se alimentar permanentemente da teoria e da linha política do Partido.

Militante que não se liga ao povo é que nem peixe fora d’água.

E aquele que, embora ligado ao povo, não lê, nem estuda e nem debate a teoria e a orientação política, é como jogador de futebol perna de pau, que até pode correr muito, porém carente da técnica necessária que lhe dá a consciência do atleta diferenciado.

Sem teoria revolucionária, não há prática revolucionária — escreveu Lênin. Um militante que não estuda a teoria termina vítima implacável de uma espécie de praticismo inútil.

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