É imperioso derrotar as forças do atraso

Pelo andar da carruagem, a fatura da eleição presidencial deve ser liquidada no primeiro turno. A cada pesquisa divulgada, Dilma Rousseff (PT, PMDB, PCdoB, PSB, PDT, PR, PRB, PSC, PTC, PTN ) se distancia mais ainda do candidato da oposição conservadora, José Serra (PSDB, DEMO, PPS, PTB). Na última sexta-feira, o Vox Populi apontou uma diferença de 16 pontos percentuais; no sábado foi a vez do Datafolha (DataSerra) indicar 17 pontos de vantagem; e ontem o instituto Sensus mostrou Dilma com 18 pontos à frente.

As pesquisas de todos os institutos apontam também a tendência de crescimento da candidata petista e de queda do candidato demo-tucano. A oposição conservadora de direita já está consciente que o quadro é irreversível e que só uma catástrofe – o que é quase impossível – poderá levar a eleição para o segundo turno. Tanto isto é verdade que a cúpula demo-tucana já trabalha com o objetivo de eleger uma razoável bancada no Congresso Nacional, notadamente no Senado.

No Ceará, a tendência é a eleição ser concluída em 3 de outubro com a reeleição do governador Cid Gomes (PSB ). Porém, para a vitória ser completa, é imperioso derrotar as forças do atraso. A coligação de Cid (PSB, PT, PMDB, PCdoB, PRB) deve eleger uma bancada de pelo menos 37 deputados estaduais e 17 federais. Mas precisa eleger os dois senadores – Eunício e Pimentel – para evitar que o governo Dilma seja boicotado como tem sido o do presidente Lula. Cid conta ainda com o apoio informal do PHS, PSL, PTN, PTB, PTdoB, PRTB, PMN e PP.

Até o momento, as pesquisas tem sido favoráveis ao tucano Tasso Jereissati. Contudo, esse quadro pode e deve mudar. Isto porque mais de 60% dos cearenses entrevistados declararam não ter definido candidato ao Senado. Um grande número de eleitores pensa que Tasso tem o apoio do governador Cid Gomes e do presidente Lula.

É no interior do Estado que Tasso garante essa maioria atual, e onde parcela considerável do eleitorado não está informada que Tasso representa o que há de mais atrasado na política brasileira, e que é inimigo do presidente Lula, tendo comandado a tropa de choque da oposição conservadora para impedir a prorrogação da CPMF, fazendo com isso que um Estado pobre como o Ceará perdesse R$ 1 bilhão por ano, recurso que seria destinado exclusivamente à saúde. Em nível nacional, a perda foi de R$ 40 bilhões anual ou R$ 160 bilhões em quatro anos.

O homem do Interior, em especial o trabalhador rural, ainda hoje sofre as graves conseqüências do desmonte do Estado nos governos Tasso, quando este destruiu a agricultura com a extinção de órgãos vitais para o setor que cuidavam do planejamento agrícola – Comissão Estadual de Planejamento Agrícola(CEPA), da pesquisa ( – Empresa de Pesquisa Agropecuária (Epace) e do desenvolvimento agropecuário – Companhia de Desenvolvimento Agropecuário (Codagro), além de sucatear completamente a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Ceará (Ematerce).

Tasso extinguiu também o Banco de Desenvolvimento do Ceará (Bandece), causando grande prejuízo aos pequenos, médios e grandes produtores rurais, e levou o Banco do Estado do Ceará (BEC) à bancarrota, tendo de federalizá-lo para não ser decretada a falência do banco que era orgulho dos cearenses. A federalização custou R$ 900 milhões que serão pagos por todos os cearenses em 30 anos. E quase quebra o Banco do Nordeste com o seu afilhado Byron Queiroz, que deu um rombo de mais de R$ 7 bilhões.

Em matéria de desmonte do Estado, Tasso é campeão. Ele privatizou a Companhia de Eletricidade do Ceará (Coelce) argumentando que destinaria R$ 600 milhões para o Fundo Previdenciário, mas até hoje não se tem notícia do paradeiro desse dinheiro. A Coelce era uma empresa enxuta e superavitária.

Também privatizou a Teleceará, cujo dono é o seu irmão Carlos Francisco Jereissati. A Imprensa Oficial (IOCE), à época o melhor parque gráfico público do Brasil, igualmente foi pras cucúias e hoje todo o material de expediente é impresso em gráficas particulares, com grande prejuízo para o Erário estadual.

Por tudo isso, e muito mais, é imperioso derrotar as forças do atraso. Podemos e devemos eleger os dois senadores do Lula: Eunício Oliveira e José Pimentel.

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