É nois no centro!

 Esse é nome do projeto iniciado a três semanas no centro comercial da cidade de Aracaju. Por dois motivos:

O primeiro. É que sempre ficamos confinados nas periferias da nossa cidade desenvolvendo e aprimorando a nossa cultura, sem sermos vistos da forma que sempre queríamos.

O segundo motivo é que percebemos que a periferia esta centro 24 horas por dia. Quer saber como?

Nos balcões das lojas comprando e vendendo coisas, nas filas dos balcões de empréstimos, nas ruas e entre ruas a procura de empregos, vendendo balas, cds, cartões telefônicos, passeando também durante o dia e a noite muitos dormindo entre um banco e outro.

Embora essa parte, bem como algumas outras não é a forma a qual nos queremos ser vistos no centro, por isso ousamos utilizar o centro da melhor forma a qual podemos fazer: com arte.

Como funciona

Todas as sextas-feiras, das 16h as 18h montamos nossos equipamentos e estrutura disponível e colocamos manos e manas em ação!

B.boys e b. girls fazem rodas cada vez mais inovadoras com passos e contorções inimagináveis pelos curiosos (daqui a pouco falo desses). MC’s controlam o ato constantemente com rimas e orientações sobre nossas expressões. Grafiteiros dão cores e formas as nossas palavras e o DJ sempre em sintonia com os demais.

 
Os curiosos (público flutuante)
Esses param pra ver o tal tumulto e logo descobrem o que querermos no centro da cidade. Mostramos que tudo o que aprendemos em nossas comunidades sempre foi uma extensão da educação, da cidadania, do coletivismo e da não violência.

Uma vez descoberto o “Nóis no Centro” ganha seu objetivo maior que é mostrar como somos iguais em muitos aspectos. Talvez as roupas e linguagem própria nos diferenciem um pouco, mas queremos chamar a atenção que tanto no centro quanto nas comunidades tem que ser “nóis” (ou nós) no plural e não Eu, no individualismo distanciador de pessoas.

Estudantes, consumidores, senhores e senhoras, tantos outros se somam ao ato e caem na dança e na rima literalmente, reforçando o quanto somos semelhantes.

O projeto é promovido pelos programas de tv e rádio – Periferia e Império Periférico – ambos exibidos pela Fundação Aperipê, respectivamente aos sábados às 15h:30min e aos domingos das 17h às 19h apresentados por mim. Conta com o paio cultural da loja ROTA e Aperipê e é realizado pelo núcleo de projetos da Nação Hip-Hop Brasil aqui de Sergipe.

A todos e todas um grande salve e inté rapa!

É Tudo Nosso! O Hip-Hop Fazendo História. Parte 13 – Mato Grosso



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