Em nome do Holocausto

A minha geração, pós-guerra, cresceu assistindo a documentários de terror e lendo denúncias sobre o Holocausto sofrido pelos judeus em toda a Europa. São narrativas horríveis que mostram a capacidade humana em perpetrar crimes abomináveis em larga escala,

O nazismo foi uma dessas doutrinas que parecem surgidas das profundezas dos demônios do homem, que vem à tona através de certos fenômenos históricos e adquirem vida política e intensa adesão das sociedades em determinadas épocas.



Esses contextos sociais infernais estão sempre vinculados ao sentimento de frustração coletiva, ignorância generalizada, rancor doentio, baixa estima, humilhação, miséria e outras questões associadas. Foi o caso da Alemanha após a primeira guerra mundial quando as severas sanções impostas pelos aliados aos derrotados germânicos levaram aquela nação à débâcle total.



Mas tudo isso ainda não explica o surgimento do nazismo se não estivesse presente na cultura desse país um imaginário coletivo, construído durante séculos. O sentimento de um povo superior.



Que por sua vez é “explicado e justificado” pelas teorias que dividem a humanidade em raças distintas, e que algumas seriam superiores e outras determinadas pela evolução, à condição de escravas ou quando muito restritas pelos genes a tarefas braçais que não exijam o exercício da inteligência e da criatividade.



Na verdade a ciência já comprovou, exaustivamente, a inexistência de raças entre a civilização humana, muito menos de seres superiores ou inferiores. Mas as coisas não são tão simples assim.



A História é repleta de acontecimentos que envolveram uma nação, ou várias delas, pelas vias da insanidade sempre em favor de uma causa, que encobre poderosos interesses econômicos de grupos ou mesmo de toda uma população.



Muitos foram vítimas do expansionismo nazista que alimentou os alemães na crença de que eram uma raça superior destinada a dominar a humanidade mestiça e doente. Comunistas, liberais, judeus, católicos, intelectuais, minorias sexuais, foram abatidos como ratazanas.



Mas o que é abominável é presenciar o genocídio promovido por Israel contra o povo palestino com a frieza cirúrgica digna de Mengele, o médico-monstro dos campos de concentração nazistas onde os judeus padeceram horrores indescritíveis que envergonham a humanidade.

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