Entre a flor e o espinho

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Não crio os versos, não faço poesia,
é a poesia que se inventa pra mim.
Atormenta meus ouvidos
e desce com seu corpo móvel no papel…
Me manda recados, diz que eu preciso de ócio
em nome da minha paz…
E o pão de cada dia que devo percorrer
me enche de angústia e ansiedade.
E a poesia me vence, perco a hora,
não participo dos ritos,
ganho sermões maternos.
E quando eu choro, me agradam com conselhos
do mundo capital…
Invento remorsos para não magoar os meus.
As tarefas precisam de cuidados,
o mundo pede cuidados…
Mas é a poesia quem cuida de mim.

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