Inteligência artificial

No entanto, fatos noticiados atualmente comprovaram que ao simular o comportamento humano, os algoritmos acabam reproduzindo preconceitos influenciados por uma visão predominantemente branca e racista, desperdiçando assim, a chance de promoverem a igualdade.

Em março, o perfil de inteligência artificial criado pela Microsoft para interagir com adolescentes nas redes sociais, foi tirado do ar menos de 24 horas depois de ser ativado, pois passou a reproduzir ofensas de usuários da internet e a usar termos impublicáveis para se referir a negros e mulheres, declarando suporte ao genocídio e à hegemonia branca.

O Google também já foi acusado de refletir pensamentos racistas por meio de suas ferramentas de busca. Ao utilizar o pesquisador de imagens para procurar cortes de cabelo não profissionais para o trabalho e o oposto, por exemplo, no primeiro aparecem imagens de mulheres negras com seus cabelos crespos; enquanto no segundo, mulheres brancas com cabelos lisos.

Mais recentemente, o Portal UOL dedicou uma matéria inteira para tratar o assunto e demonstrar que a tecnologia tem, muitas vezes, escancarado visões preconceituosas que a maioria diz não possuir. Já são inúmeras as provas de como essas ferramentas estão cada vez melhores em imitar, mas neste caso, o pior lado do ser humano.

A situação é preocupante, uma vez que o preconceito, que nunca precisou da tecnologia para ser disseminado, ganhou agora um “reforço extra” para ser propagado. É o lado ruim de ferramentas cada vez mais presentes, que poderiam contribuir o combate à intolerância, se utilizadas de maneira adequada.

O problema esta aí e virou um desafio para as grandes empresas de tecnologia. A questão agora é como ela será usada: para promover o respeito à diversidade ou enfraquecê-lo, como indagou um relatório divulgado pelo governo norte-americano.

O sonho que ao menos a internet seja um espaço igualitário, pelo visto não foi concretizado e mostra que qualquer semelhança com a realidade, não é mera coincidência.