O aprendizado se reinventa

A avaliação estudantil pode ir muito além do modelo que é utilizado. Pode e deve ser um processo de entendimento do desenvolvimento do estudante e de estímulo das suas capacidades

Fotomontagem feita com as fotos de: Andrea Piacquadio/Pexels e Pixabay/Pexels

O objetivo fundamental da avaliação é a aprendizagem, o acompanhamento do aluno no seu processo formativo. Aprender envolve um percurso que abarca os procedimentos didáticos e, entre eles, é inerente o referido processo avaliativo. É preciso ver e observar cada um na sala de aula, não é fácil, mas é fundamental nesse processo e, na prática, não há professor que não faça isso cotidianamente com seus alunos.

Aqui analisamos a avaliação do tipo mediadora, justamente na perspectiva de se prestar muita atenção no estudante, isso na busca de conhecê-lo nesse processo e escutar seus argumentos e pensamentos, a partir disso, segundo Hoffman (2009), podemos lhes propor questões novas e desafiadoras, apontando para uma autonomia intectual e moral, inclusive. Algo que nos parece fundamental por estarmos vivendo em um momento repleto de fontes de informação, e proliferação de desinformação também.

Entendemos a avaliação mediadora como multidimensional, pode ser utilizada da pré-escola até a universidade, e aplicada em vários momentos do aprendizado, significando nesses uma oportunidade para que os alunos expressem suas ideias e também para que discutam as mesmas. Isso se soma à necessidade de realizar com os estudantes várias tarefas individuais, de menor tamanho, mas que sejam sucessivas, a ideia é que aqui se busque entender as razões das respostas apresentadas por eles. Uma ferramenta fundamental nesse tipo de avaliação é o diálogo e esse possibilita transformações na metodologia de ensino em si, além de uma intervenção individual bem diferenciada. O maior desafio e limitador da avaliação mediadora que percebemos é conseguir romper com toda uma tradição de práticas avaliativas baseadas em notas, conceitos e classificações tradicionais, tão presente nos estudantes de todos os níveis, e também nos professores.

A avaliação mediadora se junta as novas modalidades e possibilidades educacionais que buscam construir e oportunizar um olhar mais particular, detalhado e focado no estudante, em suas particularidades e necessidades, aponta no novo rumo que a educação pode e deve perseguir, na perspectiva da avaliação como parte da formação e não como mera aferidora de conceitos classificatórios.


Referências:

HOFMANN, Jussara. Avaliação Mediadora: uma prática em construção da pré-escola à universidade. Porto Alegre: Mediação, 2009.

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