O Conservador Lembo

As declarações do governador de São Paulo, Cláudio Lembo, relativas à onda de violência que sacudiu o Estado, demonstram o clima de animosidade entre o principal mandatário da mais rica unidade federativa do país e os eminentes líderes do tucanato p

O ex presidente Fernando Henrique Cardoso criticou publicamente o senhor Lembo. Quanto ao José Serra, “cometido de amnésia”, esqueceu-se de ligar para o governador, durante os momentos dramáticos que abalaram o território paulista. Abandonado pelos aliados, Lembo teceu contundentes ataques à grande burguesia brasileira, se considerarmos a formação conservadora do governador.


O recado atingiu o PSDB paulista. A crítica alcançou dimensão nacional. Inclusive porque surgiram denúncias sobre a existência de grupos de extermínio ligados a policia, resultando na morte de pessoas sem ficha policial.
 
O diagnóstico, “a burguesia brasileira é muito perversa”, “a burguesia terá que abrir a bolsa”, desnuda a exploração desenfreada, antagônica aos interesses fundamentais da nação, dos trabalhadores.



A ambição desmedida, de caráter estrutural, tanto na economia como no campo social. A perversidade dos negócios, dos lucros auferidos por parte do grande capital. O desabafo inclui o partido do senhor Lembo, o PFL, aliado dos tucanos.

Já o bombardeio de setores da grande mídia contra o governo Lula, não objetiva a correção de rumos na política econômica, na gestão do Estado, as abissais, históricas desigualdades sociais. Buscam a permanência do status quo.
 
O Brasil vive uma encruzilhada histórica. Essas classes dominantes não toleram a existência de um governo onde em seu núcleo central encontram-se forças progressistas.
   
Pretende-se a interrupção do mandato do Presidente da República pelos caminhos possíveis. A renúncia, impedimento, ou outras vias. Basta que estas se apresentem propícias.


Mas a eleição presidencial em 2006 poderá ser um duro revés para a “burguesia perversa”, citada pelo governador Cláudio Lembo.            

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