O exemplo chinês no combate ao coronavírus
A guerra por aqui ainda não acabou, mas as conquistas já foram muitas
Publicado 03/03/2020 20:33

O esforço do povo chinês contra o coronavírus (Covid-19) tem sido gigantesco. E continua. Nada de descuido, pois o inimigo tem se mostrado astuto e destruidor. Muitas vezes se encuba sorrateiramente, quase sem deixar sinais. E quando menos se espera, ele aparece em diferentes lugares, derrubando pessoas, paralisando cidades e causando incalculáveis prejuízos econômicos.
Há praticamente dois meses, a China está em uma luta diuturna, enfrentando sem tréguas esse que tem sido o seu maior inimigo desde o início dos anos 80, quando se iniciou o processo de reforma e abertura, liderado por Deng Xiaoping.
Cidades isoladas, ruas esvaziadas, o comércio fechado e grande parte da produção paralisada. E, literalmente, milhões e milhões de pessoas entrincheiradas em seus apartamentos, lutando contra esse surpreendente inimigo.
No entanto, apesar da força destruidora dessa epidemia, a China parece ter encontrado o caminho correto para vencê-la. E agora que o vírus está chegando a outras partes do mundo, o exemplo chinês de como combatê-lo deve ser cuidadosamente estudado, pois pode ser muito útil, além de ajudar a salvar muitas vidas, seja nessa ou em outras situações semelhantes.
A guerra por aqui ainda não acabou, mas as conquistas já foram muitas. Além do mais, algumas lições já são muito claras.
A primeira, é que a prioridade máxima deve ser a proteção da população e que esse objetivo maior deve está acima de qualquer cálculo econômico desumanizado. Com o povo saudável e confiante, prejuízos setoriais e circunstanciais logo serão recuperados. Nesse sentido, o governo, sob a liderança do presidente Xi Jinping, não tem medido esforços para mobilizar os recursos materiais e humanos necessários para o enfrentamento da epidemia.
A segunda grande lição é de que a consciência e a participação do povo nessa batalha são essenciais. Nessa luta, os papéis podem ser diferentes, mas a responsabilidade é de todos.
Por fim, outra grande lição é a importância da solidariedade. Por aqui, percebemos que todo o povo chinês está unido e solidário com o seu país, consciente de que somente dessa forma se pode ser realmente exitoso, enfrentando com confiança e firmeza qualquer dificuldade. Aliás, isso deve transcender qualquer fronteira.

Eu, particularmente, depois de quarenta dias sem sair uma única vez de casa, deixei hoje a minha trincheira em Shaoxing, onde vivo com a minha esposa Ningning, e vim para Hangzhou, cidade onde trabalho.
Nesses quase 60 quilômetros até Hangzhou, caminhei, senti o vento, peguei trem e ônibus públicos. E no percurso, vi que muitas vendas já estavam abertas e que nas ruas carros e pessoas voltavam a circular…
Que alegria é sentir o triunfo da vida!