O velho, novo congresso

O século 21 mostra que o avanço tecnológico, das redes sociais, dos celulares e de toda a parafernália que se tem acesso hoje, tem influenciado também nas transformações de valores e desejos da sociedade pós-moderna. Vivenciar as mudanças nos últimos 15 anos do Brasil e do mundo nos dá a oportunidade de sentir essa rapidez high.

A política tem acompanhado esses novos tempos, a eleição de um negro à presidência da república, dos Estados Unidos maior potência econômica e bélica do mundo, que tem o racismo como uma de suas marcas é um exemplo. No caso brasileiro, a eleição de um operário presidente – numa sociedade marcada ate então pelo conservadorismo, trouxe um pouco de luz ao ideário de democracia burguesa, de liberdade, igualdade e fraternidade, para Francês ver, e a maior parte do mundo sonhar, principalmente a secular e autoritária América Latina.

Com a mesma rapidez da guinada para a esquerda, a humanidade tem assistido recentemente a escalada de um assombroso movimento de conservadores para a direita em todas as partes do mundo. O crescimento de grupos e partidos simpatizantes ao neonazismo na Europa, a volta de regimes autoritários como no Egito, mesmo depois da Primavera Árabe, comprovam este cenário.

O Brasil, por sua vez, não esta de fora. Pesquisa recente do Diap – Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar mostrou que a nova câmara, em Brasília, é a mais conservadora dos últimos tempos. Dos 83 deputados que defendiam a causa dos trabalhadores, hoje, apenas 50 foram eleitos e o farão. Parlamentares que nunca exerceram mandato ou cargo público são na maioria representantes da bancada evangélica e declararam alto patrimônio.

Outro dia o deputado Vicentinho, PT-SP, me noticiou que, a bancada de deputados negros, que já era pequena, caiu mais de 50%, enquanto a bancada da bala, de policiais e ex-militares aumentou, consideravelmente. Tempos que se movimentam com a rapidez do high, e se não confrontado com eficácia, um movimento para o conservadorismo de direita.

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