Rap, biblioteca, MPB, moda de viola… O que que isso tem a ver?

Salve rapa e damas, to aqui pra questiona uma fita: O que anda acontecendo com o movimento hip-hop? Maloqueragem, na sexta de 21 de maio rolou o lançamento do livro Hip-Hop a Lápis junto de um sarau aqui na nossa cidade de Marilia dentro da Biblioteca Municipal. Imagina a cena, o nosso exercito de calça larga e bombeta construindo o lançamento de um livro num espaço onde a periferia pouco freqüenta.

Você preconceituoso que faz vista grossa pra nossa cultura com certeza deve está pensando: “Ai meu deus do céu, deve ter chovido policia e spray de pimenta pra todo lado, se não no mínimo eles se mataram entre eles mesmos, porque esse pessoal desse tal de hip-hop… Hum já até sei!”.

Sinto muito lhe informar caro alienado do sistema e da mídia conservadora que seu palpite está errado ao extremo, ao invés de chover policia choveu cultura, choveu poesia, choveu emoção de quem não conhecia esse movimento de perto, quero deixa um salve ao meu mano Jhonny que é meu parceiro de palco também, o mano emocionou a todos com sua poesia baseada na musica de tom Zé (Senhor cidadão).

Mano, ouvir o Toni C. falar da história da criação do livro Hip-Hop a Lápis me deu a certeza de que meu parceiro Neto não foi equivocado em dizer um dia que todos nós sendo de periferia ou não somos intelectuais, pois todos nós temos um conhecimento de vida e algo a mostrar.

Aê!!! O rap também é musica popular brasileira e a música popular brasileira também é rap, parece loucura? Pergunta pro meu mano Matheus que mandou uma composição com seu violão e me surpreendeu me convidando para uma participação fazendo um freestyle em cima da roupagem de MPB.

Mano, os parceiros, os curiosos e apreciadores ali presentes não tiraram a atenção do mano que mandou o seu trampo com moda de viola, ali era a mesma atenção que os manos deram ao Talento Oposto grupo de rap aqui da quebra que se apresentou naquela noite também.

Mais de 60 pessoas no ambiente tendo uma consulta com nosso psicólogo Paulinho Loko já outras vezes falado por outros manos. Paulinho citou sua experiência de vida, dentro do crime dentro do movimento hip-hop e hoje dentro da universidade cursando o 3º ano de psicologia.

É, acho que eu posso responder o que anda acontecendo com o nosso movimento: O nosso movimento de forma organizada está quebrando as barreiras, está formando multiplicadores da cultura, está levando a periferia o conhecimento que a educação do estado priva do meu povo, o rap está indo além de chocar a sociedade, está desmascarando a realidade maquiada pelo sistema e levando cada um a buscar auto informação.

Hoje o livro Hip-Hop a Lápis se encontra na biblioteca municipal da cidade de Marília, qualquer um que entrar nessa biblioteca vai ler um pouco sobre os intelectuais da periferia: tipo o intelectual André Gomes do fundão da quebrada do Jardim Bandeirantes, o intelectual Paulinho loko lá da quebrada do Califórnia lado oeste da cidade e por aí vai.

Um sarau realizado pela periferia e que está cada vez mais ganhando seu espaço e seu respeito que é de direito.

È rapaziada e minas tamo fazendo história e isso é só o começo.

Quero deixar meu salve ao parceiro Neto que muito me ajudou nessa correria pra fazer acontecer esse sarau e o lançamento do nosso livro e também ao nosso parceiro Toni C. pela humildade e pelo sentimento verdadeiro do mano ao movimento. É isso ai família pode avisa e alerta rua afora que estamos bem organizados pra fazer a revolução!

Aranha que também conhecido como Afro Rima é MC e presidente da Nação Hip-Hop de Marília.

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