Remando contra a maré

As TV´s, com destaque a Rede Globo, inflaram, manobraram, mentiram e deturparam o que deveria ser informação e induziram de forma vergonhosa as massas do país, notadamente, a classe média, quase sua totalidade, a radicalizarem seus atos e discursos contra Dilma, Lula e seu partido.

A “cobertura” da Globo News (canal de oposição sistemática ao governo) foi escandalosa. A satisfação de seus “profissionais” no vídeo, eram visíveis. A alegria com a qual a Cristina Lobo leu o, suposto, e-mail, do deslumbrado Sergio Moro, foi indisfarçável. Aliás se após o processo ele não for contratado não será por falta de convites e nem interesses.

As gigantescas manifestações do domingo, foram resultado direto desta guerra de opiniões, travestidas de informações e noticias, em que a “satanização” do Lula e do PT foram o mote principal.

Ocorre que saber reagir nessas horas é fundamental. Menos arroubos, aparentemente, corajosos e mais inteligência e criatividade é a atitude, penso eu, mais correta. De nada adianta, por mais revolta que tenhamos, sair por aí colocando mais gente do lado de lá não ajuda. Dizer que todos os participantes são golpistas, tucanos, racistas, de direita, também não resolve.

Na verdade é preciso entender que só a pressão da mídia não explica isso. Ela amplia, artificializa, estimula, direciona e infla, mas não cria. Até porque gente, durante muito tempo, na rua nunca foi bom para as elites.

Eu vi e conheço muita gente de bem, que foi para a rua e que quer o impeachment da presidente e até a prisão de alguns pois acredita piamente que assim está ajudando o país. É preciso portanto tirar lições, refletir, analisar com a racionalidade necessária. O momento exige isso das forças conseqüentes e de esquerda. Resistir é imperativo!

Parece óbvio que as forças obscuras, fascistas que estava submersa, começam a reaparecer e tendem a se fortalecer nesses momentos. A reação hostil aos tucanos na avenida paulista e a ex-petista Marta Suplicy é um dado relevante. Nessas circunstâncias é possível sim haver um retrocesso democrático no país. Pois os políticos,(e aí mais uma vez a mídia tem grande responsabilidade nisso) todos, são tratados como ladrões. E os partidos hostilizados cada vez mais.

Nessas circunstâncias o que fazer? Além de resistir é claro precisamos ampliar a resistência. E para ampliar, não tem jeito. Em minha opinião fazer autocrítica de fato, assumir autocriticamente que cometemos erros importantes e procurar corrigi-los em pensamentos e, principalmente, palavras e obras. Infelizmente a busca de soluções do governo e do PT parecem não caminhar na direção certa.

A situação é grave e é preciso tomar medidas fortes e duras para que ao menos caiamos lutando e fazendo o certo. Nesta situação o governo de Dilma e do PT, precisa, acima de tudo tomar cuidado com os traidores e os bajuladores igualmente perniciosos.