Um ano para não esquecer!

“Sem o que não tiraremos consequências do conjunto de recentes agressões contra o povo brasileiro”

Nós só podemos aprimorar uma ação positiva, ou corrigir outra negativa, se elas estiverem presente no nosso cotidiano. Por isso não podemos esquecer as barbaridades que em 2019 o governo cometeu contra nós.

Para evitar a repetição de erros é fundamentar não esquecer as causas que nos levaram a comete-los bem como jamais subestimar os adversários que agiram contra nós.

Diante de uma situação difícil, especialmente quando ela se prolonga, geralmente se costuma dizer que aquele é um ano, mês ou dia para se esquecer, numa vã tentativa de eliminar do calendário, por decreto, o período ao qual associamos nossos infortúnios.

Dentro dessa lógica, na qual experimentamos sucessivas derrotas e tragédias sociais e ambientais, o ano de 2019 teria tudo para ser proclamado como um ano para esquecer. Mas isso não é coerente. O esquecimento significa que eliminamos de nossa memória determinadas ações que praticamos ou praticaram contra nós, logo jamais poderemos aprimora-los, se positivas, ou corrigi-las, se negativas.

Assim, ao contrário, devemos proclamar 2019 como um ano para lembrar, jamais para esquecer, sem o que não tiraremos consequências do conjunto de recentes agressões contra o povo brasileiro; agressões que se iniciam com o golpe de 2016, avançam para um processo eleitoral forjado e se consolidam com a eleição de Bolsonaro, submisso aos Estados Unidos da América e inteiramente comprometido em governar para os ricos.

Como se sabe hoje, a partir das conversas entre Moro e Dallagnol, foi uma eleição preparada para assegurar a vitória da extrema direita, a partir de medidas objetivas: prisão do principal adversário, Lula, que por acaso era o 1º colocado em todas as enquetes; milhões de fake News foram ilegalmente disparadas a favor da extrema direita e contra as forças populares; o STF foi acintosamente intimidado por generais sequiosos em voltarem ao comando do país; e onde o eleitor foi induzido a votar contra a esquerda, não a favor de um projeto, de uma ideia. O resultado era previsível.

Terminado o pleito se iniciou outra sequência de tragédias. O governo governa para os ricos, como indicam todas as pesquisas de opinião, e para impedir que os seus sejam investigados, quanto mais molestados. A nossa soberania está sendo solapada, o país virou motivo de chacota nos fóruns internacionais, empresas essenciais estão sendo vilmente privatizadas, as tragédias ambientais se sucedem sem que o governo esboce qualquer atitude para evitar, a contrarreforma da previdência vai arrancar quase 1 trilhão de reais dos mais pobres para assegurar mais renda aos banqueiros, os programas sociais estão sendo dilapidados e a intolerância contra os mais pobres se avolumam.

Vivemos momentos sombrios, obscurantista, de ataque a ciência, ao ambiente e as liberdades democráticas. De forma sistemática a família Bolsonaro e alguns de seus ministros fazem aberta apologia a ditadura, a volta do AI-5 e mesmo a métodos de tortura como o pau-de-arara; defendem o fechamento do STF e do Congresso Nacional, insultam e retaliam os meios de comunicação e todos que não se vergam aos seus caprichos. Não há mais limites para tanta estupidez.

Eis porque é um ano para não esquecer pois só assim poderemos reagir a altura e construir reais alternativas para salvar o país, a democracia e a liberdade, a cada dia mais ameaçada.

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