Unidade dos trabalhadores na base e na cúpula

O sindicato na forma como o concebemos hoje só passa a existir no modo de produção capitalista. Os proprietários dos meios de produção e os que vendem a sua força de trabalho estão situados em polos opostos no capitalismo. No Brasil não foi diferente. As

Mais de um século se passou até chegarmos aos nossos dias. Foi necessário todo esse tempo, em que muitas lutas se desenvolveram, para que houvesse legalização de Centrais Sindicais no país. Apenas neste ano de 2008, através da lei 11.648 que pela primeira vez houve dispositivo legal para a existência de Centrais Sindicais.


 


E neste mês de agosto tivemos conhecimento das seis Centrais Sindicais que obtiveram o registro no Ministério do Trabalho: Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil – CTB, Central Única dos Trabalhadores – CUT, União Geral dos Trabalhadores – UGT, Força Sindical – FS, Nova Central Sindical dos Trabalhadores – NCST e Central Geral dos Trabalhadores do Brasil – CGTB.


 


 


A mais nova das centrais é a CTB, fundada em dezembro de 2007. Num tempo muito exíguo, a CTB conseguiu ser reconhecida. Ressalta-se de que além das Centrais que conseguiram a sua legalização, preenchendo os requisitos necessários, outras doze entidades cadastradas no Ministério do Trabalho não a obtiveram. Os requisitos para que uma entidade nacional adquira o status legal de Central são seguintes:


 


1) Filiação de no mínimo cem sindicatos distribuídos nas 5 regiões do país;


 


2) Filiação em pelo menos 3 regiões do país de no mínimo 20 sindicatos em cada uma;


 


3) Filiação de sindicatos em pelo menos 5 setores da atividade econômica;


 


4) Filiação de sindicatos que representem no mínimo sete por cento do total de empregados sindicalizados.


 


 


O melhor seria se pudéssemos contar no país com uma única central sindical, representativa do conjunto dos trabalhadores, mas isso ainda não é possível. O que é possível, e está sendo desenvolvido, é o trabalho em conjunto dessas seis centrais, baseadas em bandeiras fundamentais que os trabalhadores desejam alcançar na atual conjuntura. As centrais têm se reunido e realizado manifestações conjuntas.


 


 


As bandeiras são as seguintes:


 


 


1) Projeto Nacional de Desenvolvimento com Valorização do Trabalho e Distribuição de Renda,


 


2) Redução da Jornada de Trabalho sem Redução de Salário,


 


3) Ratificação das Convenções 151 e 158 da OIT,


 


4) Fim do Fator Previdenciário,


 


5) Reforma Agrária,


 


6) Aumento Real do Salário Mínimo e


 


7) Redução de Juros.


 



A CTB tem participado ativamente dessa articulação das centrais. Entende que este é um bom caminho para ir consolidando a unidade dos trabalhadores, conceito-chave para o desenvolvimento das lutas. Os sindicalistas classistas têm a consciência desenvolvida para compreender, teórica e praticamente, a importância da unidade no enfrentamento de classe. Enquanto a burguesia tem como sua grande arma a acumulação do capital em suas mãos, os trabalhadores dependem da sua união. Trabalhadores divididos se enfraquecem e abrem a possibilidade cada vez maior do aumento da exploração a que estão submetidos.


 


 



Mas a direção da CTB também tem consciência de que a união das centrais, por mais importante que seja, não é suficiente para que o enfrentamento se dê em condições adequadas. Faz-se necessário e urgente uma intensificação da organização por local de trabalho.Tem havido no movimento sindical brasileiro – sobretudo após a nefasta influência do neoliberalismo, da reestruturação produtiva e das novas técnicas gerenciais – um distanciamento significativo entre as diretorias das entidades sindicais e os trabalhadores nos seus respectivos locais de trabalho. Por isso, as comissões de empresas adquirem uma importância cada vez maior.


 


 


Organizados nos locais de trabalho, nas sindicatos, nas federações e confederações e articulados nas centrais e na coordenação dos movimentos sociais, submetidos a um processo de formação política e sindical, os trabalhadores certamente se colocarão num patamar muito mais adequado para enfrentar as classes dominantes e abrir novos caminhos rumo à sociedade justa e democrática.

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