Unila: um projeto revolucionário

Nestes dias de bajulação a Barack Obama e o que ele representa, nestes tempos de retomada da amizade cordial com os EUA, é de fundamental importância lembrar nossas conquistas recentes no caminho da construção da integração latino-americana, é tempo de relembrar que nosso melhor projeto é fortalecer cada vez mais nossas relações vizinhas e não esquecer que ainda temos muito que construir neste caminho. Por isso nada mais simbólico do que divulgar nosso principal marco implantado na direção desta integração: a Unila.

A Unila – Universidade Federal da Integração Latino-Americana é antes de tudo um projeto revolucionário. Exemplo maior da busca da realização dos sonhos da integração latino-americana levada a cabo pelos governos Lula e que deve receber a mesma atenção da Presidenta Dilma, a Unila está em pleno funcionamento em Foz do Iguaçu, já é o principal centro aglutinador do pensamento progressista latino-americano e terá neste ano 900 alunos de graduação de todo o continente, além da primeira especialização.

Com as atividades dos cursos de graduação iniciadas em 2010, com aula inaugural do seu idealizador, o então presidente Lula, a UNILA tem o ambicioso projeto de reunir nesta fronteira 10 mil estudantes de graduação no ápice de sua implantação: todos os cursos funcionando em seus anos finais, além de mais dois mil de graduação.

O projeto que tem como foco principal a integração, terá todos os cursos bilíngues, com 50% de alunos brasileiros e 50% oriundos dos países da América Latina, principalmente do Mercosul. Metade dos professores é brasileira e outra metade oriunda dos diversos países que compõem nosso continente (do México para baixo). Eram seis cursos de graduação em 2010 e neste 2011 já são 12 cursos.

Funciona atualmente de maneira provisória em instalações cedidas pela Itaipu Binacional, no lugar onde está instalado outro projeto revolucionário: o PTI – Parque Tecnológico Itaipu, mas já tem quadro próprio de servidores concursados e em pleno andamento a licitação para construção do campus, do auditório, da biblioteca e da administração. Uma obra desenhada por Oscar Niemeyer que marcará esta região de fronteira.

As cátedras patrocinadas pela Unila, mesmo antes da implantação dos cursos de graduação, já trouxeram para esta tríplice fronteira alguns dos principais e mais conceituados pensadores progressistas do nosso continente, deixando claro que o foco é a integração, é o debate dos nossos problemas e nossas conquistas e que a Unila é um centro irradiador do pensamento latino-americano.

Lembrar desta conquista é recordar o caminho traçado e que devemos defendê-lo. O desenvolvimento de nossas relações culturais e sociais com o continente também garante novos caminhos econômicos. Chega a ser desnecessário salientar que a dependência de um mercado principal (como fomos desde a colônia), nos faz menos independentes e menos capazes de construir um caminho que continue avançando na busca de justiça social.

Conhecer mais de perto o que está sendo feito nesta fronteira com o intuito de ampliar investimentos na integração latino-americana, debater este projeto, divulgá-lo, é contribuir para avançar na construção de um país mais independente, que respeita seus vizinhos, que os trate como aliados para o desenvolvimento de toda a região e não apenas de uma única nação.

No lugar de construir muros, vamos continuar construindo entendimento. Ao invés de aumentarmos o policiamento em nossas fronteiras, vamos continuar no caminho do investimento de mão dupla, no caminho da troca de experiências culturais e científicas, na busca permanente integração regional.

Vamos tratar com os EUA sim, mas sem perder de vista o nosso caminho, o nosso continente, os nossos projetos. Mesmo que a grande mídia e alguns setores da população façam seu oba oba com a visita de Obama: subserviência nunca mais!

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