Vitória na guerra

A luta de classes não foi uma invenção do Karl Marx, foi uma descoberta. É a oposição entre as diferentes classes da sociedade. Não é apenas um conflito, envolve a economia, a política e a sociedade como um todo.

As lutas de classes existem desde a idade média, quando as classes dominantes, como os reis, nobreza e a nascente burguesia, lutavam contra os trabalhadores e não raro os momentos, de forma violenta. As classes (ou classe) dominantes exercem seu poder de forma autoritária, geralmente, isso acaba gerando conflitos com a classe proletária (trabalhadores).

Na verdade, o termo foi criado para designar os conflitos que existem entre os membros das classes mais abonadas e os das classes inferiores economicamente. Para Marx, as lutas de classes foram, ao longo dos anos, um dos vários, por vezes o principal, motivos para as revoluções na história mundial. A sociedade é dividida, segundo esta correta visão, em proprietários (meios de produção) representados pela burguesia e trabalhadores (forças produtivas) representados pelo proletariado.

Classes inconciliáveis. Para piorar a burguesia tem sua “criação” ideológica a pequena burguesia (classe média) que vive atrapalhando, com pensamentos, palavras e muitas “obras” o lado do proletariado. Difundindo ilusões, confundindo e semeando, a mando dos criadores, confusões. As lutas de classes só acabarão com o fim do capitalismo, e por conseqüência, o fim da divisão de classes sociais.

O Militante ou a militante política e social conseqüente, oriundo das classes menos favorecidas economicamente, nunca pode esquecer disso. Os trabalhadores conscientes, os socialistas revolucionários, os comunistas com ou sem carteirinha, não podem jamais, deixar de levar em consideração tal realidade. Pois se agir ao contrário disso estará cometendo em grave erro que nem sempre a vida dará condições de correções.

A luta política no país é uma expressão nua e crua desta constatação. Ás vezes, como agora, as lutas se desenvolve prioritariamente no terreno das idéias, psicologia. Envolvendo gestos e símbolos. Cheia de armadilhas e nuances envolve lideres e lideranças em conversas fiadas. Estimulam vaidades e criam ilusões. Em especial num período aparentemente pacifico do capitalismo.

É óbvio que a solidariedade ao Lula e ao PT, deve ser exercida com coragem e sem vacilações. São, em especial o ex-presidente, expressões e resultado da luta incessante que travamos no país ao longo dos últimos 40 anos. Não entender isso seria um desastre. Resistir e aglutinar forças com habilidade e firmeza é o certo a ser feito. Denunciar a exaustão ás manobras das elites do país e de fora contra a possibilidade de mudança necessária ao nosso desenvolvimento é parte da luta em curso. Buscar meios e mecanismos para fazer chegar ás massas populares a verdade é o papel de quem tem consciência militante.

Agora também é fundamental, não se perder nas armadilhas dos malditos problemas do cotidiano. Não esquecer que a nossa diferença é ter visão estratégica, construir rumos e apontar caminhos e soluções. Os revolucionários devem atuar no dia a dia com visão “bifocal”. Com os olhos no futuro, reconhecer limitações e os erros, sem fazê-lo de forma tranqüila, não se abrirá, os olhos do povo. Achar que toda a crítica deve ser refutada, como coisa de golpista, oposição, não é razoável. Não nos educará e portanto nos desviará do caminho correto.

O PT e o Lula erraram e não é possível negar. Obvio que não deve se tratar tais erros com a simetria das elites, mas reconhecer é mostrar aos trabalhadores que podemos corrigi-los.

A ilusão de que era possível através da inclusão econômica, de “consumidores” pobres, construir-se, uma hegemonia caiu por terra. A consciência se eleva, e não é fácil, incluindo contingentes a atividades política e social e combatendo as mazelas sociais de forma dura e enérgicas. O fato de alguém(s) achar que não deveria denunciar com vigor os desvios e roubos da era FHC e serviu como um “salvo conduto” para continuar e até acentuar práticas.

Poderia ter sido feita, ou tentada, ao menos uma reforma política com proibição de financiamento privado, regulamentação da mídia e até uma reforma no judiciário.

Afinal, em 2010, com 83% de preferência popular e o seu governo apoiado por quase 90% dos brasileiros eram motivos suficientes, se iludido não estivesse, para tentar algo mais ousado.

A luta segue!



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