Zona Franca de Manaus; avanços e limites – parte 2

Sou adepto da teoria da recorrência, aonde considero importante retornar sempre ao mesmo tema para tentar formar uma opinião. Me valho dessa teoria hoje, novamente, neste artigo. Retorno ao tema Zona Franca de Manaus, que tratei na semana passada. Dessa vez, para comentar a entrada de uma fábrica do energético Red Bull no nosso Polo Industrial.

Certamente, a indústria não viria para Manaus se não encontrasse vantagens. O mais interessante disso é que ela também traz benefícios para nosso estado. Vai investir R$ 509 milhões no projeto de instalação e gerar 79 empregos diretos. São poucos postos de trabalho se comparados com a geração no campo. Em contrapartida, sua influência indireta também terá seu valor, pois serão necessárias a fabricação de latas, ingredientes, embalagens e outros itens.

A Red Bull, provavelmente, será a primeira do segmento a chegar a ZFM. Outras, após o anúncio do Codam de alteração no Processo Produtivo Básico (PPB) dos refrigerantes (exceto guaraná) que amplia benefícios para refrescos, isotônicos e energéticos deve atrair novas indústrias.

Com a isenção de impostos oferecida pela ZFM, a Red Bull vem se somar ao faturamento de 63,4 bilhões de reais (38 bilhões de dólares) e 123.387 empregos criados.

Embora exuberantes, não pode-se deixar levar pelos números. De nada adianta comemoramos esses recordes se não houver investimentos maiores na infraestrutura da capital e do Estado.

De que adianta produzir equipamentos de ponta se não temos portos, hidrovias, aeroportos, energia, comunicação, ferrovias, rodovias, linhas fluviais e marítimas regulares e eficientes? O que será economizado com a isenção de impostos, provavelmente será gasto com logística.

A presidente Dilma já entendeu a importância do Polo Industrial de Manaus e imaginamos que além da prorrogação do modelo e expansão para a região metropolitana, sejam aportados recursos suficientes para suprir tais necessidades. Devemos valorizar ainda mais nosso modelo, lutar por sua permanência e pensar nos avanços que ele traz para o Estado como um todo.

Ou alguém acredita que teríamos 98% de floresta preservada se não fosse a ZFM? Uma vez fortalecida é garantia de que a floresta continuará de pé. Do contrário, a Amazônia, tão cobiçada pelos santuaristas, virará alvo das ferozes motosserras e dos contrabandistas de animais e correrá perigo.

Se depender de nós, faremos o possível para que isso não ocorra.

As opiniões expostas neste artigo não refletem necessariamente a opinião do Portal Vermelho
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