Com Dilma, para continuar as mudanças e avançar

O Partido Comunista do Brasil torna público hoje seu apoio a Dilma Rousseff como pré-candidata à sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Era uma notícia esperada. Desde 1989 o PCdoB tem sido um dos mais convictos apoiadores da candidatura de Lula à presidência da República. E essa convicção se confirmou desde 2003, depois que Lula, eleito em 2002 para o mais alto cargo da nacionalidade, abriu uma nova etapa na história política de nosso país, dando início a um processo de mudança substantiva na vida dos brasileiros.

Com Lula, o Brasil retomou uma trajetória em que, desde 1930 – com o primeiro governo Vargas – o Estado passou a ser protagonista central na promoção do desenvolvimento nacional. O intervalo das décadas de 1980 e 1990, marcadas pela estagnação neoliberal, começou a ser superado e o Brasil reencontrou-se com sua vocação para o crescimento econômico. Com Lula, ficou para trás a época em que Fernando Henrique Cardoso havia proclamado a superação da era Vargas.

Não que, sob Lula, o Brasil tenha voltado ao padrão predominante nas décadas entre 1930 e 1980. Não há dúvida de que aquele modelo de desenvolvimento foi superado. Mas há um traço fundamental dele que permanece, e é justamente ele que os neoliberais do PSDB, com Fernando Henrique Cardoso à frente, quiseram eliminar: a intervenção do Estado para promover o desenvolvimento.

Esta intervenção é a condição indispensável para que um país como o Brasil, considerado de desenvolvimento médio, possa superar as limitações de seu crescimento, alcançar a autonomia econômica, defender sua economia e buscar o bem estar de sua população. E, sob Lula, este rumo – que, sob FHC, o país momentaneamente abandonou – foi retomado.

A oposição neoliberal, em seu esforço para voltar ao comando do governo da República, quer convencer os brasileiros a esquecerem o que fez durante os oito anos em que este no governo com Fernando Henrique Cardoso. Tenta, em primeiro lugar, esconder seu principal ideólogo, o ex-presidente FHC, e afasta-lo da visibilidade dos palanques.

Indo um pouco além nesse embuste, esforça-se em apresentar seu candidato, o tucano José Serra, na roupagem de uma espécie de “pós-Lula”, fugindo do figurino do “anti-Lula” ansiado pelas classes dominantes desde a eleição de 1989. e representado – enquanto foi possível – pelo cardeal tucano Fernando Henrique Cardoso, nas eleições de 1994 e 1998. Esse mesmo figurino, tentado pelo tucano Geraldo Alckmin em 2006, foi o caminho do fracasso.

O mesmo embate se coloca na eleição deste ano – com o diferencial de que Lula não será o candidato. Mas não se trata de uma eleição onde será escolhido um “pós-Lula”. O candidato da oposição é um anti-Lula, não há como disfarçar essa natureza de sua pretensão de voltar ao comando do país.

A oposição neoliberal faz de tudo para evitar que a eleição de outubro tenha o caráter de um plebiscito, opondo não duas personalidades, como eles querem apresentar o confronto eleitoral, mas dois programas.

É aqui que fica claro que não há um pós-Lula: o que há, e que já foi julgado pelos brasileiros em 2002 e 2006, é a contraposição de dois programas para o país. Um é o desmoralizado e anacrônico programa neoliberal, privatista e antinacional defendido pelos tucanos e por seu candidato, José Serra. O outro é o programa da continuidade do que vem sendo feito desde 2003, o programa da melhoria da situação de trabalho e renda dos brasileiros, de defesa da empresa brasileira e da inserção soberana no mundo. É neste sentido que não há um pós-Lula, mas a disputa entre a continuidade do atual projeto político que está na direção do país, e aqueles que querem voltar atrás, ao atraso neoliberal e à humilhação da soberania nacional perante as potências imperialistas, particularmente os EUA.

O Partido Comunista do Brasil, que acaba de completar seus 88 anos de fundação, sempre lutou pela democracia, pela melhoria da condição de vida dos brasileiros, e pela plena soberania nacional. É por isso que apoia o governo Lula, do qual é um dos construtores. É por isso que apoia a pré-candidatura de Dilma Rousseff à sucessão de Lula. Desde 2003 o Brasil entrou em uma etapa nova de sua história. A mudança, embora muitas vezes lenta, está acontecendo. Com Dilma, o Brasil tem a garantia de que elas vão continuar e avançar.