Coréia do Norte abre caminho para novos entendimentos
Se existe alguém que imagine ser a política externa dos Estados Unidos um campo para insidiosas disputas palacianas, os fatos […]
Publicado 13/08/2009 16:45
Se existe alguém que imagine ser a política externa dos Estados Unidos um campo para insidiosas disputas palacianas, os fatos demonstram que a linha de atuação internacional da maior potência industrial, militar e de produção ideológica do mundo o desmente.
O exercício do imperialismo para os EUA é questão de Estado da maior relevância, realçada pela releitura de um lema histórico dos EUA pela Secretária de Estado do governo Barack Obama, Hillary Clinton em seu discurso de posse: "A América não pode resolver os problemas mais urgentes que enfrentamos apenas com nosso desejo, e o mundo não pode resolvê-los também sem o concurso da América … Nós devemos utilizar o que tem sido chamado de 'Poder inteligente', toda a gama de recursos de que temos à disposição".
No caso das relações com a Coréia do Norte, todos os instrumentos do imperialismo têm sido empregados para subjugá-la ao longo da história, desde o início da República, em 1945. Na verdade a península coreana foi uma colônia do imperialismo japonês de 1905 até o final da II Guerra Mundial. Durante este período mais de 6 milhões de jovens coreanos foram engolfados pela guerra de ocupação, sendo que um milhão deles morreu em combate e 200 mil mulheres foram feitas escravas sexuais dos japoneses.
Em 1948 foi proclamada a República Popular Democrática da Coréia. No ano seguinte, as tropas do general norte-americano MacArthur, invadiram a Coréia a partir de suas poderosas bases instaladas no Japão, com base em decisão polêmica tomada pelo Conselho de Segurança da ONU. O Exército Popular da Coréia recuou para trás do paralelo 38, e os americanos iniciaram a tentativa de destruição da Coréia do Norte com 431 mil ataques aéreos, jogando 428 mil bombas apenas sobre Pyongyang, que ficou 100% destruída.
A guerra produziu três milhões e meio de mortos mas os EUA não atingiram seus desígnios. O resultado final foi um cessar-fogo assinado na cidade de Panmunjon, em 1953. Mais de meio século depois, O tratado de paz ainda não foi assinado, e a Coreia continua dividida em Norte e Sul. De lá até hoje inúmeras provocações foram feitas à Coréia, por terra, mar e ar, sendo que todas elas foram devidamente rechaçadas pelo Exército Popular. É famoso o caso do navio espião "Puebla", que foi capturado pela força costeira coreana; seu comandante e tripulantes confessaram estar realizando operações de espionagem, e o governo dos EUA, pela primeira vez na história, reconheceu por escrito ter violado a soberania de um outro país.
É nessa situação de guerra virtual que, depois de tentativas recentes de estabelecer uma negociação sobre a desnuclearização da península coreana envolvendo a Coréia do Norte, a Coréia do Sul, os EUA, a Federação Russa, o Japão e a República Popular da China, os norte-americanos tentaram impedir que a Coréia do Norte desenvolvesse seu projeto nuclear. Novamente o Conselho de Segurança da ONU tomou medidas contra a Coréia, impondo restrições de todo o tipo.
É interessante notar que os que tentam impedir o desenvolvimento nuclear da coreano são responsáveis pela quase totalidade de todas as experiências nucleares realizadas até agora, indicando que o imperialismo aceita que apenas alguns países estruturarem suas defesas com armamento nuclear, como Israel, a própria Coréia do Sul, Índia, Paquistão, EUA, China, Federação Russa, França, entre outras nações.
Agora, com a atividade ilegal de duas jornalistas americanas, financiadas por uma organização dirigida pelo ex-vice presidente dos EUA, Al Gore, ocorreu o mesmo: foram identificadas, presas e condenadas a penas de prisão. Na sequência do caso, a Coréia, mais uma vez, deu novo passo em direção ao entendimento. Liberou as jornalistas da condenação por seus atos. A bola, agora, está com o governo dos EUA…