Cresce o número de técnicos estrangeiros no Brasil

Dados recentemente divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), sobre o crescimento do número de autorizações para estrangeiros trabalharem no Brasil, permitem algumas conclusões favoráveis ao período de crescimento vivido pela economia do país.

Passaram de 73 mil as autorizações concedidas em 2012, mais de oito mil foram permanentes e as demais, temporárias. São profissionais altamente qualificados que veem para o Brasil, aparentemente, em duas situações: ou fogem da crise em seus países, ou acompanham investimentos feitos aqui surfando na onda do crescimento econômico.

No caso da concessão de vistos para profissional com vínculo empregatício no Brasil foi registrado um crescimento de 26% em relação a 2011, e de 137% desde 2009, passando de 2.460 profissionais naquele ano, para 5.832 em 2012.

São trabalhadores que atendem, sobretudo, as funções de engenharia, tecnologia, analistas de sistemas, petróleo e gás, construção civil e obras de infraestrutura, assistência técnica e também transferência de tecnologia.

Entre os países que afundam na crise econômica, houve aumento na concessão de vistos de 81% para técnicos originários de Portugal e de 53% para os que chegam da Espanha. Entre os países que “nadam de braçada” e apresentam altos índices de crescimento, destaca-se a China, com crescimento de 24% no número de autorizações para trabalhadores atuarem no Brasil, sobretudo em empresas chinesas que se instalam aqui.

Uma conclusão forte que pode ser extraída dessa nova situação é o fato de que o Brasil vai se tornando um refúgio para trabalhadores. Alguns fogem da crise, outros seguem a trilha de oportunidades criadas pelo crescimento econômico.

Um benefício óbvio para o Brasil é o aporte de conhecimento técnico e científico trazido por estes profissionais. Mas que revela, visto de outro modo, a falta de número suficiente de profissionais qualificados, resultado de décadas de descalabro escolar e de formação deficiente. Consequência também das décadas perdidas sob o predomínio neoliberal, onde a combinação de retrocesso econômico com atraso, não foi o incentivo mais adequado para a formação de uma mão de obra que, naquelas condições, não encontraria colocação no mercado de trabalho.

Isso está mudando, mas a boa formação escolar e profissional não se apresenta do dia para a noite. Enquanto isso, os dados do MTE nos mostra que o Brasil supre necessidades de mão de obra qualificada, abastecendo-se no exterior.