Existe um país que tem uma política externa de agressão e guerra, são os Estados Unidos da América do Norte. Isto não é uma opinião, nem uma crítica, mas um registro estatístico.
O governo Donald Trump –apoiado pelos presidentes do Paraguai, Colômbia, Chile e do Brasil– desencadeou neste sábado (23) uma pretensa ofensiva final para tentar derrubar o presidente eleito da Venezuela, Nicolas Maduro. Com ampla cobertura midiática internacional, montou-se uma farsa de ajuda humanitária nas fronteiras da Venezuela com a Colômbia e, também, com o Brasil.
Não é só no Brasil que a mídia hegemônica vem promovendo, desde as primeiras horas deste sábado (23), uma verdadeira maratona contra a Venezuela. Na imensa maioria dos países tem sido a mesma narrativa, a favor do presidente fantoche, Juan Guaidó e tentando fazer o que todos os manuais ensinam quando se trata de propaganda de guerra: semear o derrotismo no campo inimigo.
Por Wevergton Brito Lima*
Nas últimas semanas, as pressões contra o governo do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, se intensificaram. Os esforços para destituir o mandatário, reeleito em maio de 2017, são liderados por Juan Guaidó, presidente da Assembleia Nacional em desacato e autoproclamado presidente interno da Venezuela, com o apoio dos Estados Unidos e países do Grupo de Lima – bloco do qual o Brasil faz parte.
Seis partidos comunistas da América do Sul divulgaram, neste sábado (23), uma nota de repúdio às provocações que estão sendo levadas a cabo durante o transcurso deste dia, contra a República Bolivariana da Venezuela, e que buscam criar justificativas para uma intervenção militar.
Como os EUA e o Grupo de Lima transformaram a Venezuela em um barril de pólvora. O Brasil de Fato produziu uma linha do tempo sobre a ingerência dos EUA na soberania do país caribenho em 2019.
O povo de Caracas marchará neste sábado (23), em defesa de sua pátria, da soberania e da paz, informou o chefe da Organização do PSUV na capital, Nahum Fernández.
O Comitê Brasileiro Pela Paz na Venezuela, que reúne dezenas de partidos, organizações do movimento social e ativistas independentes, divulgou, nesta quinta-feira (21) uma nota onde expressa seu repúdio pelo envolvimento do Brasil nas provocações comandadas por Washington contra a Venezuela.
O presidente da Colômbia, Iván Duque, chegou nesta sexta-feira (22) à cidade fronteiriça de Cúcuta, onde desenvolverá junto com seus homólogos Sebastián Piñera (Chile) e Mario Abdo (Paraguai) uma intensa agenda centrada na investida contra a Venezuela.
O controle sobre as próprias fronteiras é o primeiro pressuposto para o exercício da soberania de qualquer país. Quanto à decisão do governo venezuelano de fechar temporariamente a fronteira com o Brasil, é importante assinalar alguns pontos.
Por Igor Fuser*
Na primeira tentativa do governo Bolsonaro de jogar papel efetivo no cenário internacional, o Ministério das Relações Exteriores fracassou. A diplomacia brasileira tentou fazer contatos nos últimos dias para sondar a disposição de China, Rússia e Turquia de romper com o regime de Nicolás Maduro e reconhecer o golpista Juan Guaidó como presidente encarregado da Venezuela. Esnobado – o que era previsível –, o Itamaraty desistiu da pretensiosa tentativa de mudar a postura dos três países.
A criminalização da política e a promessa de eliminar a “ideologia de esquerda” resultou na vitória da anti-política. Se fosse possível resumir em uma única frase o que levou à vitória de Bolsonaro nas eleições presidenciais de 2018, talvez essa fosse a mais abrangente e emblemática. Claro, há muito mais coisas entre o céu e a terra do que pode imaginar a nossa vã filosofia, como disse William Shakespeare há mais de 400 anos.
Por Renata Mielli, na revista América Latina en Movimiento