Num período de 32 anos, 880 mil pessoas foram mortas no Brasil vítimas de armas de fogo – é mais que toda a população do Acre, onde vivem 803 mil habitantes. O país possui o maior número absoluto de homicídios, a polícia mais letal do mundo e caminha para ter também a maior população carcerária do planeta. Numa nação formada sob o signo do açoite, a violência ganha status de genocídio – jovens negros têm 2,5 vezes mais chances de serem assassinados que os brancos.
A elite conservadora no Brasil defende a ideia de que a questão de segurança em razão da violência deve ser enfrentada com o encarceramento dos indivíduos infratores. Resultado: a população carcerária no Brasil é de mais de 600 mil pessoas, sendo que 41% estão presas sem julgamento ou condenação, segundo dados do Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias, o Infopen, vinculado ao Ministério da Justiça.
Por Dayane Santos
A coordenadora do Centro de Memória Sindical, Carolina Maria Ruy, fala sobre a relação entre o sindicalismo e o mundo acadêmico, e da importância da formação teórica na ação sindical.
Por Val Gomes*
Nunca é demais repisar números tão conhecidos, alertando que expressam vidas, muito sofrimento e vergonha para quem se liga. No Brasil, a chance de um jovem negro morrer de "morte matada", como se diz aqui no Nordeste, é 3,7 vezes maior do que a de um jovem branco, segundo dados do IPEA-2013. Esta é apenas uma das inúmeras estatísticas que subsidiaram o Relatório Final da Comissão Parlamentar de Inquérito sobre os Homicídios de Jovens Negros e Pobres no Brasil.
“É internacionalmente reconhecido que o sistema penitenciário feminino brasileiro é inadequado”, afirma a jornalista Nana Queiroz , responsável pelo blog Presos que Menstruam, onde divulga informações sobre o sistema carcerário feminino.
A frase do título partiu de pessoas que apoiaram um agressor durante um ato de violência sexual no metrô de São Paulo. Dados do Anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública mostram que mais de 50 mil estupros foram registrados em 2013. Já o Ipea aponta que apenas 10% dos casos são reportados à polícia. O instituo mostra que existem anualmente 527 mil tentativas ou casos consumados de estupro no Brasil, dos quais 89% das vítimas são mulheres e 70% crianças e adolescentes.
Por Mariana Serafini
Para o sociólogo e especialista em segurança pública Robson Sávio, o sistema de justiça e segurança pública do Brasil é uma falácia, não produz igualdade e penaliza aqueles que mais precisam da ação do Estado.
Por Joana Rozowykwiat
No fim de semana passado, o Rio foi palco de cenas de barbárie. Após uma onda de arrastões nas praias cariocas, moradores brancos – ou quase brancos – da Zona Sul pararam um ônibus com destino à periferia, em busca de vingança. Quebraram vidros e agrediram jovens negros, causando pânico. Para o sociólogo Ignacio Cano, do Laboratório de Análise de Violência da Uerj, a cena de selvageria é um sinal de alerta sobre a deterioração da convivência democrática, das leis e do Estado de direito.
Duas coisas ficaram mais claras nas últimas semanas, com relação à tal da “crise brasileira”. De um lado, o despudor golpista, e de outro, a natureza ultraliberal do seu projeto para o Brasil.
Por José Luís Fiori*, no Valor Econômico
A presidenta Dilma Rousseff, segundo informações da imprensa, vetou parte da reforma política aprovada pela Câmara dos Deputados que permitia o financiamento de empresas nas campanhas eleitorais.
A Organização das Nações Unidas (ONU) elogiou o Brasil pelo acolhimento a crianças refugiadas em escolas públicas e destacou a atuação do país ao receber refugiados de regiões distantes. Segundo o Comitê Nacional para os Refugiados (Conare), órgão ligado ao Ministério da Justiça, desde 2011, o Brasil já recebeu mais de dois mil refugiados sírios e a previsão é que esse número continue a subir.
Um trilhão e 900 bilhões de reais. Esse é o montante em tributos devidos e não pagos por empresas e contribuintes inscritos na Dívida Ativa da União, e que estão em análise tanto pelos órgãos administrativos quanto pela Justiça. Mas esse dinheiro pode levar pelo menos 20 anos para entrar nos cofres da União.