Professor de Direito Constitucional, Michel Temer tentou atribuir o decreto que estabeleceu o uso das Forças Armadas para conter as manifestações contra as reformas e que pedem a sua renúncia, a um pedido do presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia (DEM-RJ). Mas ao jogar a culpa no seu aliado, acabou criando um constrangimento e aumentando o isolamento de seu governo.
Por Dayane Santos
"Ao acionar as Forças Armadas para irem às ruas contra manifestantes em Brasília nesta quarta-feira, Michel Temer mostrou desespero e comprovou que não tem condições de continuar ocupando o cargo de presidente da República ". A afirmação é do deputado federal Chico Lopes (PCdoB-CE), para quem Temer afrontou os direitos individuais e coletivos, em uma ação típica de ditadura, que só reforça a inviabilidade do atual governo e a urgência de eleições diretas.
São pelo menos 17 mortes de trabalhadores rurais em dois meses no estado do Pará. O advogado José Batista Afonso, da Comissão Pastoral da Terra (CPT), falou com o Portal Vermelho na noite desta quarta-feira (24) quando se deslocava para Pau Darco, região do sul do Pará em que foram mortos pelo menos 10 trabalhadores rurais nesta quarta-feira (24).
Por Railídia Carvalho
Para o professor de Direito da Universidade de Brasília (UnB) e ex-conselheiro do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Marcelo Neves, a decisão do presidente Michel Temer de convocar as Forças Armadas para conter os protestos em Brasília “não tem base constitucional”. Na sua avaliação, trata-se de um “abuso”, uma tentativa de “amedrontar” os manifestantes e “enfraquecer” os atos contrários ao governo.
Em contundente manifestação, o secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Leonardo Ulrich Steiner, diz que não há a mínima condição ética para que Michel Temer continue no cargo, após as revelações da JBS.
Diante do decreto de Michel Temer que acionou o uso das Forças Armadas por uma semana para conter as manifestações que pedem a sua renúncia, a senadora Vanessa Grazziotin, (PCdoB-AM) busca apoio de líderes para ser levada à Comissão de Constituição e Justiça do Senado, em regime de urgência, a proposta de um decreto legislativo que susta a decisão tomada por Temer.
A manifestação do povo contra as reformas do governo Temer e por eleições diretas sofreu um massacre da Polícia Militar e da Força Nacional nesta quarta-feira (24), em decorrência da violência promovida pela Polícia Militar e o uso das Forças Armadas.
"Li o decreto e estou convencido de que é um absurdo e inconstitucional", afirmou o professor emérito da USP, o jurista Dalmo Dallari, ao comentar o decreto publicado por Michel Temer, nesta quarta-feira (24), que prevê uso das Forças Armadas no Distrito Federal por uma semana.
Por Dayane Santos
O papa Francisco recebeu nesta quarta-feira (24), no Vaticano, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que está fazendo um giro pelo Oriente Médio e Europa, em sua primeira viagem como presidente estadunidense.
A presidenta nacional do PCdoB, deputada federal (PE), Luciana Santos esteve na Esplanada dos Ministérios na tarde desta quarta-feira (24), em Brasília. A dirigente manifestou apoio aos trabalhadores e trabalhadoras que participaram na capital federal de uma grande marcha para exigir que parem as reformas propostas pelo governo Temer e que seja realizada eleições diretas para presidência da República. A estimativa é que 150 mil pessoas tenham participado da manifestação.
A Frente Brasil Popular lançou uma nota repudiando a ação de violência contra os manifestantes participantes da Marcha contra as Reformas Trabalhista e da Previdência ocorrida nesta quarta-feira (24) em Brasília. "O uso das Forças Armadas, de bombas de gás lacrimogêneo e bala de borracha demonstra a atual fraqueza do governo de Michel Temer e seus aliados, ainda mais instável após as inúmeras denúncias de corrupção que envolvem o próprio presidente", diz um trecho do comunicado.
Depois de muita discussão e a denúncia de vários deputados que entraram no plenário da Câmara, por volta das 14h50 desta quarta-feira (24), para exigir o encerramento da sessão e protestar contra o clima de guerra que se instalou na Esplanada dos Ministérios nesta tarde, quando policiais começaram a reprimir manifestantes, empunhando armas e jogando gás lacrimogêneo. Os trabalhos foram suspensos na Casa.