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Adalberto Monteiro: Raiz amarga

*

Quantas noites minha adolescência
Perdeu para aprender extrair
A raiz quadrada.


 


Talvez nem a extração de um dente
Tenha me doído mais.


 


Que me enforquem os pedagogos:
– Jovens não sejam bobos,
Por ela não sofram,
Pois ao longo da vida
De nada me serviu esta raiz amarga.


 


Adalberto Monteiro
As delícias do amargo & uma homenagem: poemas
Editora Anita Garibaldi – 1ª edição 2006