Em amplo debate realizado pelo Grupo de Estudos sobre o aborto (GEA) e pela Defensoria Pública do Estado de São Paulo, atores da sociedade civil, especialistas debatem a questão do aborto no Brasil e como a mídia trata o tema em âmbito nacional.
De acordo com o relatório anual do Ministério da Saúde (MSP) do Uruguai, divulgado no último fim de semana, cresceu 30% o número de mulheres que desistiu de interromper a gravidez após iniciar o processo de aborto legal no país. Os dados são referentes ao período compreendido entre dezembro de 2013 e novembro de 2014.
As contradições presentes no campo da regulamentação dos direitos individuais e sociais e a ampliação de iniciativas que ferem os princípios dos direitos humanos mostram-se ainda mais exacerbadas quando o tema diz respeito às mulheres.
Por José Gomes Temporão* e Lena Lavinas**
Especialistas debateram nesta quarta-feira (25) as perspectivas sociais e políticas que envolvem a questão da interrupção voluntária da gravidez, no seminário Direito ao Aborto Legal: Contrastes entre o Uruguai e o Brasil, promovido pela Comissão de Bioética e Biodireito (CBB) da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Rio de Janeiro (OAB-RJ).
Assim como no Brasil de hoje, até 1975 mulheres suecas eram obrigadas a recorrer a clínicas clandestinas e inseguras; desde então, país registra estabilidade tanto na taxa de abortos anuais quanto no crescimento da população.
Por Fernanda Favaro
Ao contrário da grande maioria do meio artístico, que não costuma se manifestar sobre temas considerados “polêmicos”, a atriz Débora Bloch juntou-se à luta pela descriminalização do aborto.
Cerca de 40 pessoas protestaram nesta sexta-feira (27) contra a criminalização do aborto em frente ao Hospital São Bernardo, em São Bernardo do Campo, na região do ABC Paulista. No local, no último dia 16, foi presa em flagrante uma jovem de 19 anos, após ser atendida com estado de saúde debilitado em decorrência de um aborto feito horas antes. Ela foi denunciada pelo médico que fez o atendimento.
Estávamos no fim do jantar quando ela decidiu quebrar o silêncio. "Parem de me oferecer vinho. Estou grávida e não posso beber". A insistência diante de uma taça vazia adiantou uma notícia à espera da hora certa. A ideia era chegar em casa na segunda-feira e me presentar com um par de sapatinhos vermelhos comprados na véspera – a senha para o anúncio de que, em breve, seríamos muitos.
Por Matheus Pichonelli*, na Carta Capital
Após o comentário do digníssimo presidente da Câmara dos Deputados sobre sua posição em relação ao aborto, estávamos comentando em uma roda o tema mais uma vez. Como defensora que sou da legalização do aborto fui questionada por uma colega sobre “como eu poderia ser a favor de matar uma criança quando eu estava lutando tanto para conseguir a minha desejada gravidez”.
Por Tayná Leite*, no Brasil Post
A campanha #TodasContraOAborto está percorrendo as redes sociais. Desde o início da semana, diversas mulheres têm divulgado fotos de si mesmas grávidas e desafiado amigas e familiares a fazer o mesmo. Além da hashtag que dá nome à mobilização, outras, como #DigaNãoAoAborto e #NãoMateUmaCriançaInocente, compõem a onda de posts.
Os ecos ainda ressoam na memória e nos trazem uma imagem nítida e esfuziante, porque carregada da emoção de uma mobilização nacional sem precedentes. Dentre as maiores conquistas do pós-68 na França, sem dúvida o direito ao aborto livre e seguro foi das mais extraordinárias e incontestes. Contemplou a todas as mulheres que puderam, assim, romper a solidão e a clandestinidade, o medo e a vergonha, para expressar seu direito individual e inalienável de escolha.
Por Lena Lavinas*, na Carta Capital
Temos mais uma vítima do aborto ilegal no Brasil. Jandira, 25 anos, mãe de dois, foi levada a uma clínica de aborto clandestina e “desapareceu”. E é isso que acontece em um país que criminaliza a liberdade de escolha da mulher.
Por Clara Averbuck*, na Carta Capital