Depois do anuncio feito pelo presidente da França, Emmanuel Macron¸ de uma ajuda dos países do G7 de aproximadamente R$ 91 milhões para combater queimadas na Amazônia, Bolsonaro voltou a hostilizar o líder francês nesta segunda-feira (26).
A crise instalada no governo Jair Bolsonaro (PSL), com a escalada de críticas da comunidade internacional aos incêndios na Amazônia, provocou uma divisão no Planalto nos últimos dias. O núcleo militar voltou a ganhar força ao conduzir uma mudança de rumos no discurso do presidente. Em contrapartida, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, ficou isolado, sem papel relevante no processo de “redução de danos”.
O general Villas Boas defendeu a “soberania brasileira” em meio a esses criminosos desmatamentos e queimadas na floresta amazônica. Foi bom que o ex-comandante do Exército tenha falado nesse assunto, porque, pelo menos aparentemente, verifica-se que a soberania não é uma bandeira apenas da esquerda brasileira. O general mostrou-se preocupado com ela. Pena que a soberania que defendeu foi seletiva e desfocada.
Por Haroldo Lima*
Uma nova estatística desmente o presidente Jair Bolsonaro (PSL) e revela o caráter predatório de seu governo. A seis dias do final de agosto, a quantidade de incêndios no mês já superou a média histórica dos últimos 21 anos. Segundo dados do Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) revelados neste domingo (25), foram registrados 25.934 focos de queimadas na Amazônia nos primeiros 25 dias do mês. A média para o mês completo (31 dias) é de 25.853 focos.
Desmatamento, pecuária e extração ilegal de madeira estão entre as causas do número recorde de focos de incêndio na maior floresta tropical do mundo.
Por Ana Magalhães, Daniel Camargos e Diego Junqueira
O Brasil já vive o recorde de queimadas, até dia 19 de agosto foram registrados 72.842 focos de calor, representando um aumento de 83% em relação a 2018. Ainda, os alertas de desmatamento também cresceram na Amazônia, chegando a ser 65% maior em julho deste ano em comparação a julho de 2018, segundo o SAD, sistema de monitoramento do Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia).
Por Annie Castro
"Em meio à balbúrdia, Bolsonaro e seu séquito se vestem de “nacionalistas”, brandindo um visto temporário para o mundo do anticolonialismo com o intuito de enganar incautos e fugir da essência do problema".
O agravamento das queimadas na Amazônia causa alarme no mundo e será debatido na reunião do G7
Por José Carlos Ruy*
“Estamos lidando com a ausência de uma política responsável para a região e precisamos olhar com atenção para os interesses que existem em torno da Amazônia. A agitação por parte do poder executivo do Brasil está levando o nosso país ao caos e é isso que deve ser combatido”.
Por Marcela Rodrigues e Luiz Rodrigues*
Um dos obstáculos a impedir uma discussão racional sobre o aumento de queimadas e desmatamento no Brasil está na baixa qualidade da informação – de todos os lados. A Amazônia não é o “pulmão verde” do mundo, por exemplo. Emmanuel Macron, António Guterres, Leonardo DiCaprio e até Cristiano Ronaldo tuitaram esses dias, provavelmente um reproduzindo o outro, ou terceiros, que a floresta amazônica produz 20% do oxigênio do mundo. É uma asneira de proporções bolsonarianas.
Por Marcelo Leite
O presidente Jair Bolsonaro (PSL), com sua atual retórica política, é corresponsável pelo aumento das queimadas e do desmatamento na Amazônia. A opinião é de Carlos Nobre, climatologista aposentado do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) e atualmente ligado ao Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (IEA-USP). Segundo Nobre, o governo brasileiro está promovendo modelos de desenvolvimento agrícola baseados nas queimadas e no desrespeito às leis ambientais.
A cientista política e especialista em relações internacionais, Ana Maria Prestes, analisa os acontecimentos que se sobressaem no cenário internacional. O principal assunto desta sexta-feira (23) no Brasil e no Mundo, continua sendo as queimadas na floresta Amazônia.