Livro O Mito da Austeridade escancara equívocos e riscos da ideia de corte de gastos como indutor da economia
Estamos atravessando a pior crise econômica de nossa história. Não se trata de um exagero retórico. Desde que o IBGE começou a calcular o PIB do Brasil nos anos 1940, nunca havíamos tido dois anos consecutivos de queda na atividade, como vimos em 2015 e 2016, quando o produto nacional encolheu 3,8% e 3,6%, respectivamente. Também não há precedente para a recuperação tão lenta da atividade econômica como a que vivemos agora.
Por Alexandre Andrada
A História mostra que, com medidas de austeridade e crescentes taxas de desemprego estrutural, a miséria e a desigualdade social tendem a se agravar. Isso resulta, dentre outras mazelas, na elevação das taxas de suicídios. Seria um recurso sistêmico e (in)consequente de uma política higienista de “eliminação dos indesejáveis” – a redução dos extratos saturados do exército industrial de reserva e/ou do lumpemproletariado? Seria o suicídio “não um ato livre, mas ideológico”?
Por Bruno Chapadeiro*
Em vez de cortar gastos, o governo deve promover mais investimento público para retomar o crescimento. É o recomenda a nova literatura econômica, conforme afirmam, em artigo publicado neste domingo (15) na Folha de São Paulo, os professores Esther Dweck (UFRJ), Fernando Maccari Lara (Unisinos), Guilherme Mello (Unicamp), Julia Braga (UFF) e Pedro Rossi (Unicamp). O artigo é uma resposta aos defensores da austeridade – que comprometeu ainda mais a economia brasileira. Confira.
O governo do capitão herdou de seu antecessor a estratégia do austericídio e toda a estrutura montada para dar cabo da tarefa de desmonte das políticas públicas e de destruição do pouco que ainda resta de Estado provedor de direitos e serviços essenciais para a maioria da população brasileira.
"O conjunto da política econômica só promoveu o aprofundamento do quadro recessivo, com a explosão dos índices de desemprego e falências. Em uma conjuntura onde as necessidades de suporte às políticas sociais inclusivas e compensatórias se fazem mais do que urgentes, a resposta dos governos tem sido a repetição monótona e mentirosa da surrada cantilena do "não temos verbas”.
Quanto tempo levará para os alienistas do mercado, como o de Machado, perceberem que loucos não são os outros?
Por Pedro Pauo Zahluth Bastos*
"Além da função de regular o mercado, o Estado deve assumir um projeto solidário de sociedade, previsto no artigo 3º da Constituição e ancorado na busca pelo bem-estar geral".
Por Juliana Diniz*
A “geringonça”, que permitiu um governo da centro-esquerda com esquerda em Portugal aproxima-se de uma crise. Socialistas ensaiam aliança com a centro-direita. Uma união da esquerda pode evitar este desfecho
Por Boaventura Sousa Santos
Como o pensamento econômico conservador recorreu a um conceito cultivado por Aristóteles e inverteu seu sentido, para impor políticas que golpeiam as maiorias e enriquecem os nababos.
Por Pedro Rossi, Esther Dweck e Flávio Arantes
A tragédia criminosa envolvendo o Museu Nacional no Rio de Janeiro nos entristece e nos revolta a todos. Muito já foi dito, ainda sob o impacto da emoção e da tristeza, a respeito da irresponsabilidade com que os dirigentes políticos trataram a questão ao longo dos últimos anos.
Por Paulo Kliass*
“O sucateamento da cultura, da educação e da pesquisa não vai ser revertido sem a revogação do teto de gastos”. A avaliação é de Ana Luíza Matos de Oliveira, economista e professora visitante da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (FLACSO). Para ela, o incêndio no Museu Nacional tem tudo a ver com a política de austeridade fiscal. Ela destaca que, apesar dos resultados negativos, candidatos ao Planalto ainda insistem no caminho do ajuste fiscal.
Por Joana Rozowykwiat