Para o economista e professor da Unicamp, Luiz Gonzaga Belluzzo, o impeachment da presidenta Dilma Rousseff significa “uma ruptura nas normas de convivência democrática e, sobretudo, uma atrocidade contra a soberania do sufrágio universal”. Nesse sentido, avaliou Belluzzo, o governo do vice Michel Temer será “ilegítimo”, e o país viverá um período de “confusão e turbulência”, que lhe “custará muito caro”.
Por Joana Rozowykwiat
O golpe em curso no Brasil, e que nesta quarta-feira (10) vai atingir um novo momento de clímax com a votação do afastamento da presidenta Dilma Rousseff, consagrou aqui na Alemanha o nome "kalter Putsch" – "golpe frio" – como sua certidão de batismo. Criada, ao que parece, pela revista Der Spiegel, a expressão se espalhou por toda a imprensa alemã.
Esta semana – de 10 a 13 de maio, 240 pessoas de 66 países, entre delegações de governos e representantes de embaixadas, participam, em Brasília, do XI Seminário Internacional Políticas Sociais para o Desenvolvimento. O evento, promovido pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) vai apresentar os programas e ações sociais do governo federal no combate à fome e à miséria.
O distúrbio político desencadeado em 2016 com o processo por crime de responsabilidade aberto contra a Presidente Dilma Rousseff nada mais é, na verdade, do que o surgimento de mais um dos múltiplos sintomas de uma grave moléstia, contraída pela sociedade brasileira desde o início do processo de colonização de nosso território no século XVI.
Fábio Konder Comparato
Em vídeo divulgado nas redes sociais e em cadeia nacional de televisão no Uruguai, a central de trabalhadores do país, PIT-CNT, comemora o 1º de maio, exigem mudanças profundas e progressistas no país e convoca o povo uruguaio para uma demonstração de solidariedade com a democracia brasileira, no dia 10 de maio, às 18 horas, em Montevideu.
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, entrou com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para garantir ao Ministério Público (MP) a exclusividade na celebração de acordos de delação premiada.
Frei Betto tem razão quando diz que faltariam ruas para protestos se os pobres soubessem quais são os planos da coligação que tenta tomar o governo pela via do golpe. Um dos alvos principais é o salário mínimo. As razões são variadas. Mas todas convergem: o mais importante será a redução do valor real do salário mínimo.
Por João Sicsú*
Uma tragédia se avizinha e voa rasante sobre as casas e as vidas de milhões de brasileiras e brasileiros.
Por Ana Fonseca*
O processo de impeachment ainda está em debate no Senado, mas o vice-presidente Michel Temer – que conspira para se tornar titular – já consolidou até um documento com suas propostas para um eventual governo pós-golpe. A plataforma Travessia Social fala em privatizar “tudo o que for possível” na área de infraestrutura, reduzir o total de atendidos no programa Bolsa Família, desindexar benefícios sociais da variação do salário mínimo, flexibilizar leis trabalhistas e reformar a Previdência.
O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta quarta (27) suspender por 60 dias o julgamento das ações que tratam sobre o cálculo das dívidas dos estados com a União. A Corte atendeu a uma proposta do ministro Luís Roberto Barroso. Segundo o ministro, a questão não deveria ser judicializada e, durante o período de suspensão, deve ser decidida pelas partes e o Congresso Nacional.
O ministro do Trabalho e Previdência Social, Miguel Rossetto, reagiu com indignação à notícia de aliados do vice-presidente Michel Temer na investida golpista vão insistir na proposta de desvincular benefícios – incluindo os da Previdência – dos reajustes concedidos ao salário mínimo. Para Rossetto, tal desvinculação, que está na plataforma de um eventual governo Temer/Cunha, é "um crime".
Enquanto aumenta o número de matérias no exterior com denúncias sobre o golpe em curso no Brasil, parcela significativa do brasileiro médio não compreende a crise política e, menos ainda, a narrativa do golpe. Segundo levantamento realizado pelo Instituto Data Popular, para 75% da população – sobretudo das camadas C e D – o atual embate é fruto de uma briga de poderes das elites.