Oito dos 26 policiais militares acusados de participação no “Massacre do Carandiru” que começam a ser julgados a partir desta segunda-feira (8) em São Paulo continuam na ativa. O julgamento ocorre no Fórum Criminal da Barra Funda. Dos réus, ao menos 22 constam no site da transparência estadual como servidores públicos. A maioria está na reserva ou reformado.
Começa nesta segunda (8) o julgamento dos acusados pela morte de 111 detentos na Casa de Detenção do Carandiru. O júri popular está marcado para as 9 horas, no Fórum da Barra Funda, na zona oeste de São Paulo. O juiz designado para o caso é José Augusto Nardy Marzagão, da Vara do Júri de Santana.
Começa nesta segunda-feira (8) o Júri Popular dos 26 policiais acusados de assassinar 15 dos 101 presos mortos no episódio que ficou conhecido como Massacre do Carandiru. O julgamento será no Fórum Criminal da Barra Funda, em São Paulo (SP).
Gostaria de lamentar que a alma do coronel Ubiratan Guimarães, que comandou (no chão) o massacre de 111 presos na Casa de Detenção do Carandiru, em 2 de outubro de 1992, tenha sido ceifada cedo demais.
Por Leonardo Sakamoto, em seu blog
No dia em que se completam 20 anos da maior chacina da história do sistema penitenciário brasileiro, os movimentos sociais Rede Dois de Outubro e Levante Popular da Juventude fizeram um esculacho – um ato de denúncia – em frente à casa do ex- governador de São Paulo, Luiz Antônio Fleury Filho. Na época, Fleury autorizou a Polícia Militar a invadir o Pavilhão 9 do presídio. No total, 111 detentos foram mortos.
A escadaria da Catedral da Sé, no centro da capital paulista, foi ocupada nesta terça-feira (2) por um grupo de manifestantes. Eles lembraram os 20 anos do Massacre do Carandiru. Segundo a Polícia Militar, cerca de 80 pessoas participaram do ato, organizado pela Rede 2 de Outubro com a participação da Pastoral Carcerária e do movimento Mães de Maio.
Confrontos envolvendo a Polícia Militar (PM) de São Paulo provocaram a morte de 229 pessoas só no primeiro semestre deste ano. Os dados são da Ouvidoria da Polícia do Estado de São Paulo. Segundo o ouvidor, Luiz Gonzaga Dantas, o número representa crescimento até então, já que em 2011 438 pessoas morreram em confrontos com a polícia durante todo o ano.
A Rede Dois de Outubro, formada por diversas organizações de direitos humanos e movimentos sociais de São Paulo, inicia amanhã (29) uma série de atos em memória dos 20 anos do massacre do Carandiru, quando 111 presos foram assassinados pela tropa de choque da Polícia Militar.
Movimentos sociais que formam a Rede Dois de Outubro estiveram presentes no Fórum pelo Fim dos Massacres, realizado em São Paulo, com o objetivo de fomentar o resgate da memória do Massacre do Carandiru, que em 2012 completa 20 anos. Em entrevista, o Padre Valdir, da Pastoral Carcerária, e Carol Catini, da Rede Extremo Sul apontam os desdobramentos atuais da violência em São Paulo.
Acontece na quarta-feira (25) o seminário “20 Anos de Massacre do Carandiru: Memória e Presença”, no Auditório Direito GV, em São Paulo (SP).