O Blockbuster em 3D Avatar, de James Cameron, é tanto profundamente tolo como profundo. É profundo porque, como em muitos filmes sobre alienígenas, é uma metáfora para o contato entre culturas humanas diferentes. Mas nesse caso a metáfora é consciente e precisa: esta é a história do engajamento europeu com os povos nativos das Américas.
Por George Monbiot*, em Carta Maior
Memória e invenção. Poesia e experimentação. Revolução e escracho. O cinema brasileiro dos anos 1960 e 1970 viveu uma época efervescente. Naquela época, o Cinema Marginal radicalizou a linguagem cinematográfica. O hip-hop faz um resgate desse cinema protesto em Mostra gratuita em São Paulo.
"Chico Xavier, o Filme", comemora o nascimento do líder espiritualista, que nesta sexta-feira (2/4) completaria 100 anos. A data foi escolhida para a estreia do filme no cinema.
Um filme que estreou nesta sexta-feira (19) no Brasil promete renovar a imagem do velhinho de barbas brancas pela qual a maior parte das pessoas conhece o cientista inglês Charles Darwin. “Criação”, dirigido por Jon Amiel, conta como a morte de uma filha e a religiosidade da esposa de Darwin influenciaram a concepção da obra “A origem das espécies” – livro que revolucionou a biologia e desafiou dogmas da igreja.
Há uma cena, logo no começo do filme Ran (1985), de Akira Kurosawa, em que um grupo de descendentes e súditos se encontra ao redor do poderoso daimiô Hidetora, chefe do clã dos Ichimonji, durante o período feudal no Japão. Não é uma reunião convencional. Aos 70 anos — sendo 50 deles dedicados à conquista de um vasto império de castelos e terras —, Hidetora resolve “sair de cena e dar as rédeas para mãos mais jovens”.
Por André Cintra
No dia em que se completam 100 anos do nascimento do diretor Akira Kurosawa, o "imperador" do cinema japonês, o legado desse cineasta perfeccionista, complexo e de gênio forte segue vivo em muitas das produções do cinema atual.
Há um enigma em Ilha do Medo, de Martin Scorsese, que já vai se tornando um campeão de público. E sua solução não depende de uma leitura superficial do filme.
Por José Carlos Ruy
Provavelmente, o filme argentino "O Segredo dos seus olhos", de Juan José Campanella, tenha chamado mais atenção do público brasileiro depois de ter recebido o Oscar de melhor filme estrangeiro.
Por Miguel Enrique Stédile
No dia 23 de abril, chega aos cinemas de todo o país o filme “Utopia e Barbárie”, mais novo trabalho do cineasta Silvio Tendler, que se debruçou nos últimos 20 anos sobre o projeto. Partindo da II Guerra Mundial, o filme faz uma revisão nos eventos políticos e econômicos, que desde a metade do século XX elevaram ao risco e até ao desaparecimento dos sonhos de igualdade, de justiça e harmonia, em busca de entender as questões que mobilizam esses dias tumultuados: a utopia e a barbárie.
O Centro Cultural da Justiça Federal, no centro do Rio, vai exibir do dia 16 a 21 filmes que tratam das ditaduras latino-americanas, processos revolucionários, globalização e socialismo. Ao final de cada dia, o evento contará com um debate entre cineastas, professores e ex-guerrilheiros.
Logo no início, o documentário "Jards Macalé – Um Morcego na Porta Principal" dá uma pista de que não vai ser uma homenagem convencional ao seu protagonista. Um irritado Jards Macalé vocifera para o cineasta Marco Abujamra (um dos diretores): "Olha que eu posso processar vocês!" O motivo da bronca é que o cantor, músico e compositor carioca não tem certeza de que vai deixar-se retratar pelo filme.
Ao contrário do que parece à primeira vista, a polarização entre Avatar e Guerra ao Terror não traduz uma disputa entre cinema industrial e cinema independente, nem batalha entre homem e mulher. O que estava em jogo e continua é o confronto entre um filme contra a máquina de guerra e a economia que a alimenta e outro absolutamente a favor, com estratégias subliminares a serviço da velha apologia à cavalaria.
Por Luiz Bolognesi*