O secretário-geral da Unasul, Néstor Kirchner, conversará nesta segunda (26) com o presidente eleito da Colômbia, Juan Manuel Santos, antecipando encontro que estava marcado para o dia 7.
Decisão foi anunciada ontem à noite pelo presidente do Equador e presidente temporário da Unasul, Rafael Correa. A data da reunião ainda não foi marcada.
Após o anúncio do rompimento dos laços entre Venezuela e Colômbia, o argentino Nestor Kirchner, secretário-geral da Unasul (União das Nações Sul-Americanas), o presidente temporário da organização, o equatoriano Rafael Correa, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva começaram a costurar um plano para a crise. A ideia é retirar o imbróglio do âmbito da OEA e levá-lo à Unasul, para evitar que a interferência dos EUA desequilibre as negociações em favor da Colômbia e contra a Venezuela.
Nas últimas semanas, o presidente venezuelano Hugo Chávez passou diversos sinais conciliadores para o mandatário eleito da Colômbia, Juan Manuel Santos, que tomará posse dia 7 de agosto. O retorno também foi promissor: o novo chefe de Estado colombiano revelou-se disposto a construir uma agenda positiva, que permitisse o pleno reatamento entre os dois países.
Por Breno Altman*, em Oprea Mundi
A decisão do governo colombiano em insistir na acusação de que a Venezuela abrigava guerrilheiros colombianos das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e do Exército de Libertação Nacional (ELN) fez com que o governo venezuelano reagisse e cortasse os laços diplomáticos entre os dois países nesta quinta-feira (22).
O governo da Colômbia convocou para consultas sua embaixadora na Venezuela, María Luisa Chiappe. A ação acontece em meio à tensão diplomática vivida por Bogotá e Caracas pela denúncia da Colômbia sobre a presença de chefes guerrilheiros das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e do Exército Nacional de Libertação (ELN) na Venezuela.
Indígenas de diversas comunidades e estudantes universitários da Colômbia anunciaram uma marcha para esta quarta-feira (21) contra o Bicentenário da Independência, celebrado ontem no país, sob a exigência de que faltam ainda os "direitos básicos e a soberania".
A Colômbia comemora nesta terça-feira (20) os 200 anos de sua independência e do fim do sistema colonial, mas, assim como outros países da região, a emancipação ocorreu apenas no campo político. O país vive hoje sob forte dependência dos Estados Unidos.
O secretário-geral do Partido Comunista da Colômbia, o vereador de Bogotá e membro do Comitê Executivo do Pólo Democrático Alternativo (PDA), o antropólogo Jaime Caycedo Turriago, denunciou um plano criminoso para assassiná-lo. À frente do complô estaria "El Diablo", um tenente de Salvatore Mancuso, chefe das quadrilhas criminosas dos paramilitares da Autodefesas Unidas da Colômbia (AUC), atualmente extraditado para os Estados Unidos.
O ex-presidente colombiano Ernesto Samper disse que o Governo de Álvaro Uribe representa uma das épocas mais sinistras para as relações exteriores e reafirmou que a Colômbia está isolada internacionalmente. "Dói dizer isso, mas esta foi uma das épocas mais sinistras das relações internacionais", disse Samper ao site do jornal "El Tiempo", de Bogotá.
Carlos Lozano, dirigente do Pólo Democrático e do Partido Comunista, analisa a situação política da Colômbia. "Há oito anos, defendemos uma saída política. Quando falo em fracasso militar, me refiro também à guerrilha. O governo não conseguiu derrotá-la e esta não logrou conquistar o poder por via militar. Então há um fracasso neste caminho. São necessárias mudanças mínimas neste país, para que a guerrilha possa se incorporar à vida democrática", diz Lozano.
Por Gilberto Maringoni, em Carta Maior
A presidente do partido de oposição, Polo Democrático Alternativo (PDA), Clara López, denunciou os assassinatos de sete militantes de seu partido realizados nos últimos três meses na Colômbia. De acordo com López, três líderes cívicos, dois conselheiros municipais, um professor e um camponês foram as vítimas reportadas.