O governo adotou uma medida que pode estimular os bancos a oferecerem mais crédito imobiliário. Em reunião extraordinária, realizada na quarta (10), o Conselho Monetário Nacional (CMN) definiu uma resolução, divulgada nesta quinta (11), que permite uma melhor gestão das carteiras de crédito imobiliário dos bancos. As instituições financeiras ganharam um prazo de 12 meses para aplicar recursos de poupança no crédito imobiliário, quando venderem parte da carteira imobiliária.

Durante muitos anos a casa própria era o maior sonho de consumo. Quantos milhares de brasileiros nos anos 80 e 90 compravam e pagavam o carnê do baú na esperança de ganhar a tão sonhada casa. Isso porque se dependesse da renda familiar e do acesso ao crédito imobiliário, a moradia própria era realização de poucos privilegiados e sortudos brasileiros.

O volume de empréstimos para aquisição e construção de imóveis, com recursos das cadernetas administradas pelo Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), chegou a R$ 8,2 bilhões, em janeiro. Um aumento de 22% sobre o mesmo mês do ano passado, de acordo com a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip).

A Caixa Econômica Federal atingiu, em setembro, R$ 100,1 bilhões em contratações de crédito imobiliário. O valor é 35,4% superior ao do mesmo período de 2012 (cerca de R$ 74 bilhões) e corresponde a 94% do total do crédito imobiliário do banco em todo o ano passado. A expectativa da Caixa é que, até o final de 2013, sejam atingidos mais de R$ 130 bilhões em financiamentos imobiliários.

A Caixa Econômica Federal teve R$ 85,2 bilhões em contratações de crédito imobiliário no ano até a primeira quinzena de agosto, avanço de 41,5% em relação ao mesmo período de 2012, informou o banco estatal nesta sexta-feira (23).

O crédito imobiliário deve continuar tão farto em 2012 quanto foi no decorrer deste ano. O preço dos imóveis ainda tende a demorar um pouco para cair. Mas novas altas não devem ocorrer. Os especialistas dizem que o consumidor terá facilidade em realizar o sonho da casa própria por meio do crédito. Mas adquirir imóveis como investimento, alertam, pode não ser um bom negócio.

Valor, que já é bem expressivo, não inclui 'Minha Casa, Minha Vida' para rendas de até R$ 1.600