O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, afirmou que a Sabesp está avaliando e monitorando permanentemente a situação hídrica do estado e que não há, até o momento, nenhuma decisão acertada sobre a possibilidade de rodízio para economizar água. Alckmin foi recebido, nesta sexta (30), pela presidenta Dilma Rousseff para detalhar as medidas de enfrentamento à crise hídrica.
“Pela primeira vez o governo federal tomou conhecimento da gravidade da situação hídrica de Minas Gerais”, afirmou o governador Fernando Pimentel, após reunião com a presidenta Dilma Rousseff nesta quarta-feira (28), em Brasília. Pimentel disse que a situação é grave, principalmente na região metropolitana e no Norte do estado. Cerca de 50 municípios enfrentam racionamento e quatro em colapso eminente. Além disso, outras 100 cidades estão em estado de alerta.
Prefeitos de municípios da região metropolitana de São Paulo cobraram nesta quarta-feira (28) do governo de Geraldo Alckmin (PSDB) planos de contingência e de comunicação para o enfrentamento da crise hídrica. O grupo defende a criação de um comitê de crise para atuação em conjunto.
A falta de água em São Paulo, que já afeta 68% da população na região metropolitana, poderá, nos próximos 50 dias, atingir uma situação alarmante. Em declaração à imprensa nesta terça-feira (27), o diretor da Companhia de Água e Esgoto do Estado de São Paulo (Sabesp), Paulo Massato, admitiu que possa adotar “medidas drásticas” para evitar o completo colapso do Sistema Cantareira.
A indústria paulista já esperava uma crise de água para o ano de 2015, mas não com a intensidade que está ocorrendo, de acordo com o diretor titular do Meio Ambiente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Nelson Pereira dos Reis.
Para suprir os reservatórios do Sistema Cantareira, que está em crise desde 2013 e hoje está operando com apenas 5,1% da capacidade da segunda cota do volume morto das represas, o governador de SP, Geraldo Alckmin (PSDB), anunciou que pretende lançar até a próxima sexta-feira (30) o edital da licitação para as obras de transposição das águas do rio Paraíba do Sul, que abastece o Rio de Janeiro, para São Paulo. O objetivo é trazer cinco metros cúbicos de água por segundo.
O governo federal não medirá esforços para apoiar governadores e prefeitos que têm responsabilidade com o abastecimento de água da população, foi o que afirmou a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, após reunião entre ministros realizada nesta sexta-feira (23), no Palácio do Planalto, para avaliar a situação hídrica brasileira.
Uma das principais obras para reforçar o abastecimento de água no estado de São Paulo passará a fazer parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O Comitê Gestor do PAC aprovou a inclusão, na carteira do programa, do canal entre as represas Jaguari, no Rio de Janeiro, e Atibainha, em São Paulo.
E, de repente, um surto de cegueira acometeu São Paulo. Não se sabe se começou na avenida Higienópolis, na capital, ou se veio do interior. Há quem diga que o primeiro cego perdeu o senso de realidade em Ribeirão Preto. De repente deu de achar que estava na Califórnia. E a epidemia se espalhou silenciosamente pelo estado, por todas as cidades e vilarejos.
Por Mauricio Moraes*, no Portal Fórum
Segundo fontes da Copasa, mesmo sabendo que o Sistema Paraopeba, que abastece de água a Região Metropolitana de Belo Horizonte, estava em queda contínua desde o início do ano e operava abaixo de 50%, a gestão tucana em Minas Gerais não adotou qualquer medida de contingenciamento ou emergência para evitar que a situação se tornasse crítica.
A população paulista, que enfrenta a maior crise de abastecimento de água de toda a sua história, com a possibilidade de colapso já nos próximos meses conforme já admite o próprio presidente da Sabesp, Jerson Kelman, pode ter pela frente outra ameaça: a falta de energia elétrica. Isso porque o aumento da demanda por energia no estado não foi acompanhado por investimentos no setor.
Em 2009, o governador José Serra foi alertado para os problemas hídricos que ocorreriam em 2015, caso o estado não enfrentasse o problema da água. Trabalho encomendado pela Secretaria de Meio Ambiente ao Instituto Sagres ouviu 200 especialistas visando traçar os cenários ambientais para 2020. Nele, é prevista a crise de 2015, se nada fosse feito.
Luis Nassif*, no Jornal GGN