O presidente boliviano, Evo Morales, afirmou que Cuba é exemplo de direitos humanos e um exemplo disso é a colaboração incondicional que presta a outras nações nas esferas da saúde e a educação, entre outras.
Tem sido educativo acompanhar, nos últimos dias, a cobertura internacional dos meios de comunicação, além da atitude de determinadas lideranças e intelectuais. Quem quiser conhecer o caráter e os interesses a que servem alguns atores da vida política e cultural, vale a pena prestar atenção ao noticiário recente sobre Cuba e Israel.
Por Breno Altman, em Opera Mundi
O capítulo mexicano da Rede de Redes “Em defesa da humanidade” tornou público um apelo que, sob o título “Em defesa de Cuba”, denuncia a intromissão do Parlamento Europeu (PE) nos assuntos internos da Ilha caribenha, por violar os princípios de não-intervenção da ONU e aderir assim “ao bloqueio criminoso ao qual foi submetido o povo cubano pelo simples fato de não aceitar imposições e defender seu direito de decidir seu destino com dignidade e independência”.
Integrantes da Associação Nacional de Cubanos Residentes no Brasil (Ancreb) rechaçaram, na última quarta-feira (17), a atual campanha midiática contra Cuba, manifestando ao mesmo tempo a sua convicção de que a ilha continuará firme construindo seu próprio futuro.
Em Cuba, existem cerca der 50 pessoas a quem os grandes meios de comunicação classificam como "presos políticos", "presos de consciência" ou "dissidentes". Os governos dos países mais poderosos e ricos do mundo se apóiam neste argumento para pressionar o governo cubano e forçar mudanças na ilha de acordo com seus interesses políticos e econômicos. A conhecida e prestigiosa organização Anistia Internacional também qualifica com estes termos estas pessoas. Porém, o que há de correto em tudo isso?
Tendo que ouvir o som ensurdecedor de dezenas de vozes de “Ianques, não/Viva Fidel e a Revolução”, um grupo de quatro deputados da oposição chegaram para a manifestação que marcaram para esta quinta-feira (18) em frente a Embaixada de Cuba, em Brasília. Sem carro de som e sem manifestantes, acompanhados apenas por fotógrafos e alguns assessores, eles foram surpreendidos pelos manifestantes dos movimentos sociais, estudantil, parlamentares de esquerda e cubanos residentes no Brasil favoráveis a Cuba.
Artistas e intelectuais de Cuba divulgaram pelo mundo um comunicado, no qual defendem a ilha da campanha de difamação midiática que vem sofrendo. "Fundamos uma democracia própria, imperfeita, sim, porém muito mais participativa e legítima que aquela que nos pretendem impor. Não têm moral os que orquestraram esta campanha para dar-nos lições de direitos humanos", diz o texto.
Tudo indica que a campanha internacional promovida contra Cuba não ficará sem resposta. No início desta semana, a Associação Nacional de Cubanos Residentes no Brasil – José Martí (Ancreb-JM) e a Rede em Defesa da Humanidade divulgaram declarações contra os ataques à ilha caribenha e em resposta à resolução apresentada no dia 11 de março pelo Parlamento Europeu.
O caso dos dissidentes cubanos em greve de fome e as pressões para indultar os presos da ilha afetam o progresso do diálogo entre Cuba e os Estados Unidos, assim como os avanços com a União Europeia (UE). A opinião é do cientista político Rafael Hernandez, que concedeu entrevista ao La Jornada. "O governo de Havana não negocia sob pressão, só o diálogo diplomático tem resultados, como bem sabem outros governos"
Os Estados Unidos incentiva a subversão contra Cuba há meio século e através de uma campanha midiática tenta distorcer a realidade com o objetivo de afogar o processo revolucionário. A administração estadunidense, encabeçada por Barack Obama, somou-se à trajetória de seus antecessores e em fevereiro de 2010 renovou a declaração de emergência nacional contra Cuba, vigente desde 1996, quando após numerosas violações do espaço aéreo foram derrubados dois aviões.
El Salvador se transformou no sábado no último país da América Latina a abrir uma embaixada em Cuba, numa cerimônia liderada pelo ministro das Relações Exteriores do país centro-americano, Hugo Martínez, em visita à ilha para reforçar laços com o governo revolucionário.
O assessor especial da Presidência da República para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, afirmou na sexta-feira (12) que "o governo brasileiro não é uma ONG" para se relacionar com os dissidentes do regime cubano.