Após produzir o maior desastre ambiental do Brasil, matando 13 pessoas e poluindo todo o vale do Rio Doce, a mineradora Samarco suspendeu o pagamento a funcionários e fornecedores por ter tido seus recursos congelados em decisão judicial depois do rompimento da barragem de rejeitos de minério de ferro no município de Mariana (MG).
A justiça de Minas Gerais determinou o bloqueio de R$ 292 milhões da Mineradora Samarco sob custódia do Banco Central. O juiz Frederico Esteves Duarte Gonçalves, responsável pela decisão, também negou pedido da mineradora para liberação de valores já bloqueados.
Citando dados da Agência Nacional de Águas (ANA), referente ao número de barragens no Brasil, o engenheiro português Ricardo Oliveira, um dos maiores especialistas do mundo no assunto, afirmou que o Brasil tem 663 barragens de contenção de rejeitos de mineração e 295 barragens de resíduos industriais.
O ministro da Comunicação Social, Edinho Silva, concedeu entrevista coletiva nesta segunda-feira (23), na qual afirmou que a presidenta Dilma Rousseff está comandando pessoalmente todas as ações do governo federal para minimizar os danos humanitários e ambientais causados pelo rompimento das barragens da mineradora Samarco-Vale, em Mariana, Minas Gerais.
Em nota oficial, a direção nacional do PCdoB manifesta indignação com a tragédia ocorrida no distrito de Bento Rodrigues, na cidade de Mariana (MG). Para os comunistas, as empresas envolvidas devem ser responsabilizadas. "Estamos cientes de que não há recurso que pague as vidas perdidas e os danos ambientais causados neste desastre. No entanto, as empresas envolvidas na tragédia devem ser responsabilizadas e todas as famílias afetadas devem ser indenizadas de forma imediata".
A ONU alertou nesta segunda-feira (23) que as catástrofes naturais, cada vez mais frequentes, mataram cerca de 600 mil pessoas em 20 anos. A organização destacou a importância de a Conferência do Clima (COP 21), que começa no dia 30 em Paris, chegar a um acordo.
“Além das medidas emergenciais de amparo é preciso garantir um projeto de reconstrução de moradias para as famílias atingidas, com a participação efetiva e decisiva de todas elas”, afirmou a deputada federal Jô Moraes (PCdoB-MG), após visita que fez, esta semana, ao município de Mariana. Jô integrou a comitiva de deputados federais e estaduais de Minas Gerais que visitaram a cidade, na Região Central do Estado, palco de um dos maiores desastres ambientais do País.
Na noite da última da última terça-feira (17), começou a se espalhar pelas redes sociais (a partir do WhatApp) uma interpretação maliciosa, canalha, inacreditavelmente estúpida e verdadeiramente criminosa de decreto do governo federal que passa a considerar como “acidente natural” rompimentos de barragens que “ocasionem movimentos de massa”.
Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania
A mineradora Samarco-Vale tem 24 horas para adotar medidas que impeçam a chegada da lama das duas barragens rompidas em Mariana, Minas Gerais, ao litoral do Espírito Santo. Foi o que determinou a Justiça Federal no Espírito Santo, com base em uma ação do Ministério Público Federal (MPF).
“Estou suportando os impactos do problema de Mariana. A Vale passa na minha porta de dez em dez minutos com uma composição de minério de ferro. E a gente só fica com o apito do trem e respirando o pó preto do minério de ferro”, afirmou Neto Barros (PCdoB), prefeito de Baixo Guandu, no Espírito Santo, que nesta quarta-feira (18), 11 dias após o rompimento das barragens da Samarco-Vale, enfrentou os prejuízos socioambientais da lama de rejeitos de minério que chegou na sua cidade.
Por Dayane Santos
Vídeo publicado no Esquerda Diário mostra os bastidores de uma equipe de reportagem da Rede Globo em Mariana, cidade de Minas Gerais devastada pela lama tóxica da Samarco-Vale.
Após reunião com governadores de Minas Gerais e do Espírito Santo, nesta terça-feira (17), a presidenta Dilma Rousseff afirmou que o governo federal e os estados trabalharão em conjunto para elaborar o plano de recuperação da Bacia Hidrográfica do Rio Doce. Para isso, a Advocacia-Geral da União e as procuradorias estaduais deverão se reunir para definir a arquitetura jurídica das medidas, que incluem as ações emergenciais às regiões atingidas e pela recuperação e revitalização do Rio Doce.