Medidas tomadas pelo atual governo brasileiro não deixam dúvidas de que aqui a desigualdade é um projeto de poder que envolve o Estado e um modelo no qual, para que uns ganhem muito, outros precisam permanecer na miséria.
Por Ana Luíza Matos de Oliveira*
A liquidação do Brasil anunciada pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, em Nova York, não foi suficiente para satisfazer investidores norte-americanos. Nem a reforma trabalhista que aniquilou direitos conquistados ao longo de décadas bastou para agradar os capitalistas estadunidenses. Para quem olha o país como colônia a ser explorada, rasgar a CLT é pouco. “Então quer dizer que ainda não vamos poder reduzir salários? ”, questionou, frustrado, um empresário gringo.
Por Joana Rozowykwiat
Seria irônico se não fosse trágico. Na semana em que a Oxfam Brasil divulga relatório alarmante sobre a desigualdade no país, o Fórum Econômico Mundial informa que avançamos no ranking de competitividade global. Alguns dirão que uma coisa não tem nada a ver com a outra. Mas não estaria justamente aí o problema, considerando que o que nos faz retroceder de um lado é o que garante o crescimento do outro?
Por Laércio Portela
Com a reforma trabalhista, entregamos o Brasil à “modernidade” da economia capitalista globalizada, ávida por lucros e desejosa de um mercado flexível.
Por Clemente Ganz*
“Parceria Público Privada (PPP) é na realidade um presente para a iniciativa privada”, afirmou Wagner Fajardo, coordenador do Sindicato dos Metroviários de São Paulo. A privatização do metrô paulista aumenta a ofensiva no estado, fortalecendo a lógica da política privatista anunciada na esfera federal para a Eletrobras. A direção da estatal vê a adoção das PPPs como a solução para a venda.
Por Railídia Carvalho
Se o parâmetro brasileiro para reduzir a desigualdade social extrema no país for o projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) para 2018 enviado ao Congresso pelo Governo Temer, o abismo entre os mais ricos e os mais pobres deve aumentar ainda mais.
Por Rafael Duarte
O problema não é alguém ter um apartamento de 400 metros quadrados enquanto outro mora em um de 40. O que desconcerta é uma sociedade que acha normal um ter condições para desfrutar de um apê de 4 mil metros quadrados enquanto o outro apanha da polícia para manter seu barraco em uma ocupação de terreno, seja em São Bernardo do Campo, Itaquera, Grajaú, Osasco, Pinheirinho, Eldorados dos Carajás, onde for.
Por Leonardo Sakamoto*, em seu blog
Estudo da Oxfam Brasil divulgado nesta segunda (25) mostra a brutal desigualdade existente no país: os 5% mais ricos detém a mesma fatia de renda que os demais 95%, e o 1% mais rico concentra 48% de toda a riqueza nacional. Para a entidade, o sistema tributário brasileiro reforça as inequidades. Políticas levadas adiante pelo governo Michel Temer, ao invés de combaterem esta situação, devem agravá-la.
No mundo, oito pessoas concentram o mesmo patrimônio que a metade mais pobre da população. No Brasil, a situação é ainda mais aterradora. Por aqui, seis bilionários possuem riqueza equivalente ao patrimônio dos 50% mais pobre da população. A conclusão é de um estudo da ONG Oxfam Brasil. A entidade alerta que os recentes ataques a direitos e a redução do papel do Estado na redistribuição dos recursos aponta para novo ciclo de aumento de desigualdades.
Pedro Herculano de Souza, do IPEA, analisou a mais longa série histórica do IR já publicada, de 1926 a 2013, e constata: O período em que fomos menos desiguais foi entre 1942 e 1963, quando o 1% mais rico chegou a abocanhar ‘apenas’ 17% da renda total.
Para um país situado entre os mais desiguais do mundo, a proliferação de informações e análises a respeito da péssima distribuição da renda, ao invés de contribuir para o seu enfrentamento termina, muitas vezes, favorecendo o contrário.
Por Marcio Pochmann*, na Rede Brasil Atual
Durante a conferência de abertura do Fórum CEO Brasil, do Experience Club, em Mata de São João, na Bahia, a moçambicana Graça Machel, ativista de direitos humanos e viúva de Nelson Mandela, afirmou que a elite tem uma responsabilidade histórica de reduzir as desigualdades e destacou os avanços obtidos durante o governo Lula para quebrar a hegemonia e abrir caminho para o mercado africano.