O ex-preso político Ivan Seixas elogiou as escolhas da presidente Dilma para compor a Comissão da Verdade, dizendo que a apuração dos crimes da ditadura militar também vai depender da sociedade.
Por Luiz Carlos Azenha, em Vi o Mundo
A notícia é estarrecedora: militantes políticos envolvidos no combate à ditadura militar tiveram seus corpos incinerados no forno de uma usina de cana de açúcar em Campos dos Goytacazes, no norte do estado do Rio de Janeiro, entre 1970 e 1980. O regime militar, que governou o Brasil entre 1964 e 1985, merece, agora, ser comparado ao nazismo.
Por Frei Betto, em Adital
Em um livro escrito em 2004 [Ressentimento, São Paulo, Casa do Psicólogo] eu me referi ao ressentimento como um dos sintomas mais representativos da relação ambivalente da sociedade brasileira com os poderes que, em tese, deveriam representar e defender interesses coletivos.
Por Maria Rita Kehl*, no blog da Boitempo
A Comissão Parlamentar da Verdade da Câmara quer tornar público os assassinatos de dois mil indígenas durante o regime militar, entre os anos de 1972 e 1975. Os índios da etnia waimiri-atroari eram contrários à construção da BR-174, que liga Manaus e Boa Vista e corta a área original da reserva indígena no Amazonas.
As relações da alta cúpula da Universidade de São Paulo com a tradição autoritária brasileira, que vieram à tona recentemente durante a gestão de João Grandino Rodas, não são, infelizmente, recentes. Rodas não está sozinho no hall dos reitores da USP ligados à ditadura militar e simpáticos a seus métodos de repressão e perseguição.
Documentos secretos mostram que a cúpula da Igreja Católica argentina sabia desde 1978 que os desaparecidos da ditadura no país (1976-83) haviam sido assassinados. Diálogos revelados pela edição deste domingo (6) pelo jornal argentino Página12, de Buenos Aires, revelam que o então ditador Jorge Videla confessou a três cardeais que havia crimes em massa cometidos pelo regime – ainda que ele desse aos fatos outro nome.
Em 17 de outubro de 2011, uma jovem de 24 anos esperava ansiosa pela entrevista que anunciava o retorno do programa de entrevista Roda Viva, da TV Cultura. No centro, cabo Anselmo, que delatou diversos militantes à ditadura que mortos ou desaparecidos. Aquele homem falando abertamente ao vivo na televisão, impune, causou-lhe tamanha indignação que, quando se deu conta, estava com uma amiga na porta da emissora, em São Paulo, arremessando dois ovos no carro que o levava embora.
Os dois últimos dias foram marcados pelo horror que vazou dos porões da ditadura, que se encontra em polvorosa diante da possibilidade da Comissão da Verdade se estabelecer. São informações colhidas pelos jornalistas que entrevistaram o verme Cláudio Antônio Guerra, delegado do DOPS do Espírito Santo, refugiado na aposentadoria que o Estado conivente lhe premiou, sobre o desaparecimento de presos políticos.
Por Milton Pinheiro
As ações penais contra sequestradores e torturadores, que praticaram atos durante a ditadura militar, movidas pelo Ministério Público Federal, abrem caminhos sem volta para os crimes acobertados pela lei de Anistia. A avaliação é de Nilmário Miranda, presidente da Fundação Perseu Abramo e conselheiro da Comissão de Anistia, em entrevista.
Para discutir a instalação da Comissão de Verdade, o Programa de Pós-graduação em História Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) vai realizar, de 9 e 11 de maio, no Rio de Janeiro, o Simpósio Internacional de História Contemporânea: Memória, Trauma e Reparação.
As revelações do ex-delegado capixaba Antônio Cláudio Guerra, do antigo Departamento de Ordem Política e Social (DOPS), no livro Memórias de uma Guerra Suja, sobre as torturas e os assassinatos de militantes de esquerda por agentes da ditadura trouxeram mais uma vez à tona o debate sobre a necessidade do esclarecimento das barbáries cometidas pelo regime militar (1964-1985).
Por Mariana Viel, da Redação do Vermelho
Á Joel Vasconcelos dos Santos e Lincoln Bicalho Roque, heróis da juventude e do povo brasileiro,
Por Augusto Buonicore*