Os Estados Unidos devem ajudar o Brasil a abrir a "caixa de Pandora" do seu regime militar, contribuindo com a Comissão da Verdade que inicia os seus trabalhos nesta quarta-feira (16), disse à BBC Brasil um especialista americano em obter acesso a arquivos confidenciais históricos.
Por volta das 10h desta segunda-feira, 14, aconteceu o “escracho” contra o tenente-coronel reformado, Maurício Lopes Lima, em frente a sua residência no Guarujá. O ato foi organizado pelo Levante Popular da Juventude e fez parte de uma ação coordenada com outros estados brasileiros, com o objetivo de trazer à tona atrocidades cometidas durante a ditadura e pressionar o poder público para que os responsáveis sejam punidos.
Por Renato Rovai*
A denúncia de que corpos de militantes de esquerda foram incinerados em uma usina de cana-de-açúcar no município de Campos dos Goytacazes, no norte fluminense, será investigada pelo Ministério Público Federal (MPF).
A Comissão Nacional da Verdade, que será instalada oficialmente nesta terça-feira (15) irá se dedicar à investigação de violações de direitos humanos cometidas por agentes do Estado nos anos do regime militar.
Eles não vão parar. Cresce a mobilização para que se apurem os crimes ocorridos durante a ditadura militar no Brasil. Nesta segunda-feira (14), integrantes do Levante Popular da Juventude realizaram 12 atos em 11 estados. As manifestações populares, conhecidas como escrachos ou esculachos, geralmente ocorrem em frente da casa ou do local de trabalho de militares que agiram como torturadores durante os anos de chumbo.
Cem jovens do Levante Popular da Juventude fizeram o ‘esculacho’ do tenente-coronel reformado Maurício Lopes Lima, que foi reconhecido pela presidenta Dilma Roussef como torturador da Operação Bandeirante, no município do Guarujá, no litoral de São Paulo (Rua Tereza Moura, 36), nesta segunda-feira (14).
Funciona há dois meses na Câmara dos Deputados a Comissão da Memória que, em julho, pretende promover um seminário internacional para discutir a Operação Condor. Nos últimos meses, nas três esferas do Poder Legislativo estão surgindo comissões da verdade como apoio político para o funcionamento da Comissão Nacional da Verdade. Criada no ano passado, a comissão só teve seus integrantes indicados na última quinta-feira (10).
O ex-preso político Ivan Seixas elogiou as escolhas da presidente Dilma para compor a Comissão da Verdade, dizendo que a apuração dos crimes da ditadura militar também vai depender da sociedade.
Por Luiz Carlos Azenha, em Vi o Mundo
A notícia é estarrecedora: militantes políticos envolvidos no combate à ditadura militar tiveram seus corpos incinerados no forno de uma usina de cana de açúcar em Campos dos Goytacazes, no norte do estado do Rio de Janeiro, entre 1970 e 1980. O regime militar, que governou o Brasil entre 1964 e 1985, merece, agora, ser comparado ao nazismo.
Por Frei Betto, em Adital
Em um livro escrito em 2004 [Ressentimento, São Paulo, Casa do Psicólogo] eu me referi ao ressentimento como um dos sintomas mais representativos da relação ambivalente da sociedade brasileira com os poderes que, em tese, deveriam representar e defender interesses coletivos.
Por Maria Rita Kehl*, no blog da Boitempo
A Comissão Parlamentar da Verdade da Câmara quer tornar público os assassinatos de dois mil indígenas durante o regime militar, entre os anos de 1972 e 1975. Os índios da etnia waimiri-atroari eram contrários à construção da BR-174, que liga Manaus e Boa Vista e corta a área original da reserva indígena no Amazonas.
As relações da alta cúpula da Universidade de São Paulo com a tradição autoritária brasileira, que vieram à tona recentemente durante a gestão de João Grandino Rodas, não são, infelizmente, recentes. Rodas não está sozinho no hall dos reitores da USP ligados à ditadura militar e simpáticos a seus métodos de repressão e perseguição.