“Uma cena lamentável que nos envergonha frente ao nosso povo, aos nossos irmãos latino americanos e ao mundo”. Foi como avaliou a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) a reação da Polícia Militar à manifestação pacífica contra o golpe de 64 realizado nesta quinta-feira (29), no Rio de Janeiro.
Embora os dias tenham rigorosamente as mesmas quantidades de horas, minutos e segundos, sendo fisicamente iguais em si, todos eles guardam diferenças simbólicas que os tornam especiais. Alguns causam grandes emoções, representando datas queridas, como os aniversários de nascimento, namoro, primeiro beijo ou casamento. Outras ingressam definitivamente em nossa mente por marcarem episódios tristes, não raro a morte de algum ente querido ou o rompimento com a pessoa amada.
Por Cezar Brito*
Nesta quinta-feira (29), no fórum da Praça João Mendes, em São Paulo, foram ouvidas as testemunhas no processo que pede a retificação da certidão de óbito do militante comunista João Batista Drumond.
A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), entidade da Organização dos Estados Americanos (OEA), notificou nesta semana o Estado brasileiro sobre denúncias referentes às circunstâncias da morte do jornalista Vladimir Herzog, em 1975.
Eles anunciaram e cumpriram. Dezenas de militares da reserva se reuniram na tarde desta quinta-feira (29), no Círculo Militar, Rio de Janeiro, para comemorar o golpe militar de 1964, chamado pelos autores de “revolução”. Em protesto, militantes indignados com o fato se reuniram em um ato no local. Saldo: um militante preso e dois feridos após um conflito entre jovens e militares em pleno século 21, quando o mundo, em especial a América Latina, vive sua verdadeira revolução social.
Uma dúzia de militares – não mais que isto – programa para depois de amanhã, 31 de março, às 11h, sobrevoar a Praia da Barra em comemoração aos 48 anos do que eles chamavam de "revolução' e "redentora", o golpe que instaurou a ditadura militar no Brasil a 1º de abril de 1964.
Nesta quinta-feira (29), a ação movida pela esposa e as duas filhas de João Batista Franco Drummond, preso político torturado até a morte no episódio conhecido como “a chacina da Lapa”, em 1976, terá uma audiência de instrução e julgamento às 14 horas, no 22º andar, sala 2217 do Fórum da Praça João Mendes, em São Paulo.
Ao instalar, na tarde desta quarta-feira (28), o 12º Fórum Parlamentar Nacional de Direitos Humanos, o presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, deputado Domingos Dutra (PT-MA), avalia que a transição democrática no Brasil ficou incompleta. “É preciso investigar as mortes, desaparecimentos e torturas e o Parlamento tem obrigação com essa tarefa”.
O golpe e a ditadura foram a desembocadura natural da direita brasileira – partidos e órgãos da mídia, além de entidades empresariais e religiosas.
Por Emir Sader, em seu blog
Era impressionante a quantidade de gente. Quem estivesse parado no centro da Praça de Maio, no último sábado, se veria cercado por uma multidão em qualquer direção que olhasse. Era 24 de março, Dia Nacional da Memória pela Verdade e Justiça. O mesmo dia 24 de março em que, em 1976, deu-se o golpe militar que deu origem à sangrenta ditadura que esteve no poder na Argentina até 1983 e deixou um saldo de 30 mil mortos e desaparecidos.
Por Kelly Cristina Spinelli, em Terra Magazine
O Ministério Público Federal (MPF) recorreu da decisão da Justiça Federal que rejeitou o pedido de abertura de processo criminal contra o coronel reformado do Exército Sebastião Curió Rodrigues de Moura, conhecido como major Curió, pelo desaparecimento de cinco militantes do PCdoB que participaram da Guerrilha do Araguaia.
A convocação dos oficiais aposentados para um ato público em favor da ditadura militar, nesta quinta-feira às 15 horas, horário semelhante ao dos manifestantes que tomarão a Cinelândia em uma manifestação de apoio à Comissão da Verdade, ganha contornos de uma paródia ao enfrentamento nos moldes conhecidos durante os anos de chumbo.