Publicado no Sul 21
No dia 6 de dezembro de 1976, às 2h45 da madrugada, morria aos 57 anos o ex-presidente brasileiro João Belchior Marques Goulart. No dia 6 de dezembro de 2011, 35 anos depois, a Justiça argentina abre um inquérito criminal para investigar o que ocorreu na estância La Villa, em Mercedes, na província de Corrientes.
Em relação à morte de Pablo Neruda, as perguntas talvez não tenham respostas. Ele estava acamado, quando o golpe aconteceu. E se supunha que o ódio dos criminosos que depuseram o governo chileno, respeitasse um dos poucos prêmios Nobel da América Latina até ali. Seu provável assassínio, portanto, não é uma questão tão simples.
Por Enio Squeff*
Na lógica do “Nunca mais”, o Estado argentino desenhou um plano de memória, verdade e justiça que busca recuperar e tornar visíveis as atrocidades cometidas durante a ditadura, por meio da Rede Federal de Lugares da memória, a cargo do Arquivo Nacional da Memória, o Estado assinalou 26 lugares vinculados com o terrorismo de Estado, 24 dos quais foram centros clandestinos de detenção. Segunda dados oficiais, mais de 500 centros clandestinos funcionaram durante a ditadura.
O flagrante dos otavinhos ao ter chamado a ditadura militar de “ditabranda” se repete no Chile. O governo neo-pinochetista de Sebastian Piñera aprovou no Congresso a substituição de ditadura militar por “governo militar” nos textos escolares e o de Pinochet de general e não de ditador. A trama fracassou lá também, mas deixa lições.
Por Emir Sader
Trinta e um anos depois de ser expulso do país pela ditadura militar, o padre italiano Vito Miracapillo celebrou na noite deste sábado (7) uma missa para comemorar autorização que recebeu para voltar definitivamente para o Brasil.
O padre italiano Vito Miracapillo, que foi expulso do Brasil pela ditadura militar em setembro de 1980, voltou a Pernambuco ontem (3). Ele foi beneficiado por uma decisão inédita do Ministério da Justiça que lhe devolveu o visto de permanência (decisão publicada no Diário Oficial da União em 18 de novembro de 2011).
Sobreviventes do centro clandestino Automotores Orletti, localizado em Buenos Aires, entregaram ao juiz argentino Norberto Oyarbide cópias de telex e cartas que provam o intercâmbio de informação (entre as ditaduras uruguaia e argentina) para identificar “subversivos”. Os documentos fornecem uma radiografia muito clara das operações obscuras e ilegais praticadas pelas sedes diplomáticas uruguaias radicadas na Argentina.
Por Alejandra Dandan, no Página/12
O Arquivo Nacional vai receber nesta terça-feira (3) documentação do acervo de Luís Carlos Prestes que traz uma lista com 233 nomes de torturadores feita por 35 presos políticos, em 1975, durante a ditadura militar. O acervo pessoal, que será entregue no dia em que Prestes completaria 114 anos, estava sob custódia da viúva dele, Maria Prestes. A cerimônia de doação do acervo ocorrerá a partir das 15h na sede do Arquivo Nacional, no Rio de Janeiro.
Por Elaine Patricia Cruz
O futuro presidente da Suprema Corte do Chile, Rubén Ballestero, que em 6 de janeiro assume o cargo, ratificou hoje seu apoio à aplicação da prescrição dos crimes de violação aos direitos humanos cometidos durante a ditadura militar no país (1973-1990).
Revista da Biblioteca Nacional mostra em janeiro lista de torturadores no Governo do General Ernesto Geisel
Por wilson yoshio.blogspot, do Blue Bussto
A Comissão de Assuntos Sociais do Senado deverá analisar a partir de fevereiro projeto que prevê a concessão de pensão especial de R$500 mensais aos herdeiros do frei Tito de Alencar Lima. Frei Tito foi submetido a atos de tortura em dependências policiais durante a ditadura militar. Com perturbações mentais em decorrência das agressões, ele se suicidou aos 31 anos de idade, na França, em 1974, onde foi abrigado depois de ser banido do país.
Países da América do Sul ainda lidam de forma diferenciada com sua história recente. Diálogo com países como Alemanha, por exemplo, que enfrentou um passado inglório, é caminho para proteger os direitos humanos, aponta painel realizado em Berlim.