Para combater as forças guerrilheiras na região do Araguaia nos anos 70, o regime militar brasileiro teria utilizado elementos do que se chama ‘guerra suja’, como o uso de produtos biológicos para envenenar os combatentes de esquerda que se infiltraram na região para promover a guerrilha.
Imagino os jovens dos Colégios Militares, rapazes e mocinhas ardorosos obrigados a decorar algo como uma História vazia e violentadora, a que chamam História do Brasil – Império e República, de uma Coleção Marechal Trompowsky, da Biblioteca do Exército.
Por Urariano Mota, no Blog da Boitempo
O tema da abertura dos arquivos oficiais voltou à tona no fim de junho, quando foi anunciado que o governo teria dado sinalizações de recuo em relação ao tema. Apesar de afirmar a possibilidade de "sigilo" em relação a alguns documentos, os referentes à soberania nacional e questões de fronteira, a postura do governo preocupou muitos familiares de desaparecidos e entidades de defesa dos direitos humanos que temem manter o silêncio em relação ao período da ditadura civil-militar.
O ex-diretor do Dops teria sido visto várias vezes na região e na época em que aconteceu a repressão aos militantes do PCdoB.
O governo federal, em parceria com universidades públicas e privadas do país, vai desenvolver observatórios universitários para pesquisar sobre a violação dos direitos humanos no Brasil. A ideia é que os observatórios subsidiem o trabalho da Comissão Nacional da Verdade.
O desaparecimento de documentos do período da ditadura militar, revelado recentemente pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim, levou a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) a pedir ao Ministério Público que investigue as circunstâncias do fato. De acordo com Jobim, documentos sigilosos da época do regime de exceção (1964-1985) "desapareceram, foram consumidos à época".
O Brasil não pode criar uma Comissão de Verdade para lidar com o passado da ditadura na esperança de que isso seja um substituto para a Justiça. A avaliação é Juan Mendéz, relator especial da ONU Contra Tortura.
Com a proposta de resgatar a memória da imprensa alternativa e clandestina que circulou no Brasil entre 1964 e 1979, período entre o golpe militar e a anistia, o Instituto Vladimir Herzog lançou, em 27 de junho, o projeto ‘Resistir é Preciso’. Parte do projeto, a coleção de DVDs ‘Os protagonistas dessa história’ traz 60 depoimentos de jornalistas que combateram a ditadura no Brasil. Entre os homenageados no DVD está o fundador e ex-editor do portal Vermelho, Bernardo Joffily.
O professor emérito e jurista Fábio Konder Comparato, baluarte na defesa dos direitos humanos, lembra, com base no afirmado pelo ministro Nelson Jobim, que existe um crime contra a Administração Pública que precisa ser apurado. Só para recordar, Jobim informou que todos os documentos sigilosos da época da ditadura militar desapareceram dos arquivos das forças militares, ou seja, do Exército, Marinha e Aeronáutica.
Por Wálter Fanganiello Maierovich*
O coronel reformado do Exército brasileiro Carlos Alberto Brilhante Ustra já foi condenado em primeira instância e declarado torturador na ação movida pela família Teles, em 2007. Mas, valendo-se de um artifício jurídico acatado pelo Tribunal de Justiça, Ustra havia conseguido paralisar e fazer extinguir o primeiro processo movido, um ano depois, pela família do jornalista Luiz Eduardo Merlino.
O Brasil deve ser notificado em julho, pela Corte Interamericana de Direitos Humanos, como réu em mais dois casos de crimes praticados na ditadura militar que não foram investigados no país e que parentes das vítimas levaram até o tribunal para tentar esclarecer e punir os culpados.
Carlos Araújo, um dos militantes que construiu o PDT no Rio Grande do Sul e que hoje está afastado da vida pública, noticiam os sites, gravou um depoimento para a novela Amor e Revolução, do SBT.
Por Brizola Neto, no blog Tijolaço