O Ministério Público Federal entrou com uma ação contra o decreto do presidente Jair Bolsonaro que determinou a substituição de quatro dos sete integrantes da Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos (CEMDP). O pedido – que solicita a anulação do decreto – tramita na 3ª Vara da Justiça Federal de Porto Alegre e visa recuperar as funções da Comissão (criada para investigar os desaparecimentos e mortes durante a ditadura militar no Brasil).
O deputado federal Renildo Calheiros (PCdoB-PE) é um dos ex-estudantes da UFPE que foram acompanhados pelo Serviço Nacional de Informações (SNI). Isso não é novidade, mas documentos da UFPE divulgados recentemente mostram detalhes de como os militares interferiram na vida acadêmica da instituição de ensino.
Sob sinais de esgotamento da ditadura militar, em 29 de agosto de 1974, o presidente militar Ernesto Geisel anunciou, em uma entrevista coletiva, a linha que seguiria seu governo: “a distensão lenta, segura e gradual do regime”. Cinco anos depois, já no governo de seu sucessor, João Baptista Figueiredo, a lei da Anistia foi a ação mais emblemática deste processo que culminou com o fim da ditadura em 1985.
Por Carolina Maria Ruy*
Depois da polêmica com acusações do presidente Jair Bolsonaro (PSL) contra o desaparecido político Fernando Santa Cruz, pai do atual presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, documentos históricos mostram que o próprio Estado já inocentou Santa Cruz. Os documentos foram pesquisados pelo jornalista Eumano Silva e divulgados nesta segunda-feira (19) pelo portal Metrópoles.
O desaparecido político, estudante e militante do movimento estudantil brasileiro, símbolo da resistência contra a ditadura militar, Fernando Santa Cruz, é homenageado nos protestos que acontecem em todo país nesta terça-feira (13). O nome do herói está estampado em camisetas, faixas, cartazes e palavras de ordem dos manifestantes convocados pela União Nacional dos Estudantes (UNE).
É preciso quebrar a bolha social da desinformação.
Eduardo Reina
Novo integrante exalta Ustra e defende tiro para revidar cusparada.
Ao apresentar sem provas a versão de que o servidor público Fernando Augusto de Santa Cruz Oliveira foi morto por militantes de esquerda, o presidente Jair Bolsonaro (PSL-RJ) escreveu mais um capítulo na longa lista das versões vagas e enganosas entregues por servidores da União à família Santa Cruz. Bolsonaro só inovou em um ponto: segundo os familiares, foi a primeira vez, em 45 anos de buscas, que ouviram falar num suposto “justiçamento” pela esquerda.
O jornalista Eduardo Reina, autor do livro Cativeiro sem fim, que denuncia o sequestro de bebês pela ditadura militar, foi recebido por dirigentes do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) e da Fundação Maurício Grabois, nesta sexta-feira (26).
Por Osvaldo Bertolino
Em 29 de junho de 1969, há exatamente 50 anos, o regime militar (1964-1985) nascia a Operação Bandeirante (Oban), o maior centro de tortura e assassinatos do regime. O evento de lançamento da Oban, liderado pelo comandante do 2° Exército, general José Canavarro Pereira, contou com a presença do governador de São Paulo, Abreu Sodré, e dos comandantes locais da Marinha e da Aeronáutica. Mas foram os empresários que sujaram as mãos de sangue ao se envolverem diretamente com a operação.
No começo da ditadura militar (1964-1985), o francês Georges Albertini recebia US$ 3.600 trimestrais do regime. Ex-colaborador do nazismo durante a 2ª Guerra Mundial, o lacaio tinha mais uma missão torpe na carreira: espionar exilados brasileiros que se foram para Paris após o Golpe de 64, como o jornalista Samuel Wainer e o bispo dom Hélder Câmara.
Padre Antônio Henrique Pereira Neto era o braço direito do então arcebispo de Olinda e Recife, dom Helder Câmara, além de professor e coordenador da Pastoral da Juventude da arquidiocese. Tinha 29 anos quando foi visto pela última vez com vida no dia 26 de maio de 1969, no Largo do Parnamirim, Zona Norte do Recife. O corpo foi encontrado, no dia seguinte, em um terreno baldio na Cidade Universitária, na Zona Oeste, com marcas de balas e facadas e uma corda no pescoço.