Se passássemos a tratar a economia de fato como uma ciência, e não com o grau de ocultismo que hoje é apresentada, talvez já fosse pacífico que os resultados fiscais são menos relevantes que os resultados econômicos e sociais.
Por Gustavo Noronha*
Além de perder força junto ao Legislativo, com uma base aliada fragmentada, e ganhar uma impopularidade recorde, o governo de Michel Temer anda perdendo o controle de sua equipe econômica, demonstrando que o governo perdeu a coesão do discurso em meio a uma profunda recessão.
Por Dayane Santos
A revisão da meta fiscal, anunciada nesta quarta-feira (15) pelo governo, não é novidade e já era esperada pelo mercado. A diferença entre o que a equipe econômica projeta em receitas e gastos em um ano saltou de um rombo de R$ 139 bilhões em 2017 para R$ 159 bilhões. Antes mesmo do anúncio oficial da nova meta, o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), já afirmava que “o governo veio para estabilizar o crescimento do déficit”.
O deputado Rubens Pereira Jr (PCdoB-MA) criticou nesta quarta-feira (16), o anúncio feito pelo governo sobre a revisão da meta fiscal.
O frágil pacto democrático erguido pela Constituição Federal de 1988 foi responsável por surpreendentes mudanças na estrutura social brasileira, no entanto, pouco alterou o subterrâneo processo de afirmação do subdesenvolvimento, cuja matriz mais importante é o quase exclusivo acesso dos ricos ao sistema político e burocrático que sustenta as decisões de Estado.
Por André Calixtre*
A afirmação foi feita pelo diretor técnico do Dieese, Clemente Ganz, em debate promovido pelo instituto no dia 15/08, em São Paulo/SP. O diretor considera que o Brasil passa por um processo de desmonte de sua economia com transferência de recursos para o capital internacional. Confira, abaixo, texto do jornalista Vitor Nuzzi, da Rede Brasil Atual, com os principais argumentos do diretor.
Clemente Ganz, diretor-técnico do Departamento Intersindical de Estudos Socioeconômicos (Dieese), afirmou que a condução econômica do governo de Michel Temer é “extremamente nefasta para a sociedade e traz um custo social enorme”. Ele se referiu à projeção da meta fiscal, que mais uma vez teve seu anúncio adiado pelo governo. O deficit a ser anunciado deve ser de R$ 159 bilhões para este ano, mas há quem defenda no governo que a revisão defina um deficit de R$ 170 bilhões.
Por Railídia Carvalho
Muito se reclama de impostos no Brasil, mas um debate sério a respeito é raro. O fato é que na nossa injusta tributação os mais pobres pagam mais impostos. Até quando?
Por Marcelo Uchôa
Em nota, ministro da Educação do governo eleito de Dilma Rousseff aponta retrocesso para o país na gestão de Mendonça Filho.
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou, nesta terça, que há três opções para ajudar o país a equacionar os problemas fiscais de curto prazo: aumentar a previsão de déficit primário, elevar impostos ou cortar de despesas. Antes avesso à revisão da meta e outrora fiador do compromisso – já descumprido – do governo de não elevar a carga tributária, ele reconheceu que os cortes de gastos estão no limite e complementou: "a não ser que haja [permissão para] corte de despesas obrigatórias".
A economista Maria da Conceição Tavares, 87 anos, ex-professora do Instituto de Economia (IE) da Unicamp, está aposentada, mas continua uma observadora arguta dos acontecimentos da política e da economia do Brasil. Justamente por estar alerta, ela se diz extremamente preocupada com a situação do país.
Economista e guru de Aécio Neves (PSDB) na eleição de 2014, quando o tucano foi derrotado pela presidente deposta Dilma Rousseff (PT), Armínio Fraga disse em entrevista à Folha que foi "desagradável" ver o lado do tucano revelado pelo escândalo da JBS. Vociferando os interesses do mercado, Armínio ainda defendeu que Lula fique fora da disputa de 2018 e projetou a eleição de um presidente que dará continuidade à agenda Temer na economia.