Elites se dissociam do destino nacional e consideram Temer de bom tamanho para cuidar da única república que lhes interessa: a taxa real de juro.
Por Saul Leblon*, na Carta Maior
Um trabalhador na China custa 16% a mais. E o gasto com um empregado nativo equivale a apenas 17% do desembolso nos EUA, compara o economista.
A conjuntura expressa um fosso profundo entre os anseios da população e os desígnios dos detentores da riqueza financeira.
Por Eduardo Fagnani*
Entrevistado nesta quarta-feira (28) pelo jornalista Florestan Fernandes Júnior e pelo sociólogo Jessé de Souza, no projeto Encontros, no auditório da Escola de Contas do Tribunal de Contas do Município de São Paulo, o economista Luiz Carlos Bresser-Pereira falou a maior parte do tempo sobre economia, mas opinou sobre política, eleições e possíveis candidatos em 2018.
O governo federal informou que enviará hoje (28) ao Congresso Nacional projeto de lei propondo abertura de crédito suplementar acima de R$ 102 milhões para o Ministério da Justiça regularizar os pagamentos para emissão de passaportes.
Tão alardeada pelo atual governo como a panaceia para todos os males da economia brasileira, a confiança parece estar longe de voltar. De acordo com a Fundação Getúlio Vargas, a confiança da indústria brasileira caiu com força em junho, atingindo o menor nível em quatro meses. Com as incertezas políticas em torno do presidente Michel Temer, a confiança do comércio já havia tido queda.
Pisando no freio do otimismo descabido que reinava no governo, o ministro da Fazenda Henrique Meirelles reconheceu nesta quarta-feira (28) que a economia brasileira crescerá menos que o esperado neste ano. E, ao contrário do que dizia a propaganda pré-golpe, o ministro já admite que poderá haver aumento de impostos.
Depois de dizer que a política econômica de Temer é “desastrosa”, o presidente da CSN (Companhia Siderúrgica Nacional), Benjamin Steinbruch, escreveu mais um artigo, nesta terça (27), no qual critica a aposta no ajuste fiscal. Na Folha de S. Paulo, ele defende que “não há outro caminho para sair da recessão que não passe por obras financiadas e estimuladas pelo setor público”.
O mercado financeiro reduziu a projeção para o crescimento da economia, este ano, pela terceira vez seguida. A estimativa para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país, desta vez, caiu de 0,40% para 0,39%.
Diante da enxurrada de críticas, o governo Michel temer desistiu, por ora, da proposta de usar o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) para pagar as primeiras parcelas do seguro-desemprego. O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, havia confirmado, na sexta (23), que a ideia estava em estudo. Nesta segunda (26), ele declarou que “a avaliação preliminar é de que não se justifica de fato esta medida neste momento”.
Diferentemente do que ordena o artigo primeiro da Constituição de 1988, no Brasil todo o poder emana do mercado.
Por Eduardo Fagnani*
Em oito capítulos, as análises de 11 economistas buscam fazer uma radiografia da realidade econômica brasileira, abordando temas como desindustrialização, as políticas ortodoxas de combate à inflação e as altas taxas de juros.