Há exatamente um mês, antes da exposição midiática da Operação Carne Fraca, o atual ministro da Fazenda e nome favorito do mercado para ocupar a Presidência, Henrique Meirelles, enfatizou em entrevista para a Globonews a urgência da aprovação da venda de terras rurais para estrangeiros. A fala do ministro foi clara: “Vamos liberar nos próximos 30 dias”.
Por Isabela Prado Callegari*
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) abriu processo para investigar a JBS, protagonista das delações envolvendo o presidente Michel Temer. O frigorífico é suspeito de operar no mercado financeiro para lucrar com os efeitos da delação premiada feita por seus próprios donos. Com a informação privilegiada de que o escândalo viria à tona – com impactos no dólar e na bolsa -, a JBS teria adquirido grande quantidade da moeda estrangeira e seus controladores teriam vendido ações da empresa.
Apoiadoras do impeachment, entidades empresariais divulgaram notas durante esta quinta (18) lamentando a situação de crise política, mas sem questionar o governo e pedindo que as reformas em andamento sejam preservadas.
No pronunciamento em que descartou renunciar, o presidente Michel Temer tentou se agarrar a uma suposta melhora da economia como forma de permanecer no poder. “Não podemos jogar no lixo da história tanto trabalho feito em prol do país”, disse. Para o economista Paulo Kliass, o discurso não se sustenta, pois, ao contrário do que diz a gestão, não há recuperação sustentada da economia. Para ele, a instabilidade gerada pela crise política paralisa o país e deve agravar a crise.
O Banco Central tornou-se uma espécie de pitonisa alegre da economia brasileira. Como é absolutamente incompetente para conduzir a política monetária, especializou-se agora em projetar o crescimento futuro do PIB.
Por Roberto Requião*
A cada dia, formadores de opinião vinculados ao financismo garimpam arduamente alguma notícia para tentar comprovar que a bonança está logo ali na esquina.
Por Paulo Kliass *
Para o economista Guilherme Mello, o presidente Michel Temer não entregou o que prometeu para a economia brasileira – a aposta nas reformas e na mudança do papel do Estado não deu resultados, e o país continua em recessão. Segundo ele, o aumento da atividade econômica, celebrado pelo ministro da Fazenda Henrique Meirelles, é fruto de uma “fraude estatística”, uma vez que o IBGE mudou sua metodologia. Na sua opinião, a gestão é “um fracasso para trabalhadores, pobres e classe média”.
Nos termos em que se pauta o governo Temer, o Brasil segue condenado a repetir no presente o que se conheceu somente no passado distante: o atraso do subdesenvolvimento e a exclusão avassaladora de muitos.
Por Marcio Pochmann*
A margem para o aumento do gasto público, essencial para a retomada do crescimento, está mais restrita. Quais as alternativas?
Por Ricardo Carneiro e Guilherme Mello*
Os economistas de mercado difundiram a ideia de que a inflação castiga mais os pobres do que os abastados. É lenda. A inflação castiga os rentistas, aqueles que têm capital em moeda e vivem de renda de juros. A inflação também diminui o poder de compra dos altos salários do Estado porque esses são reajustados uma vez por ano e seu valor real decresce durante o ano. A inflação tende a prejudicar os credores e aliviar os devedores.
Por André Araújo
Ministro da Fazenda repete que país voltou a crescer e desemprego vai cair. Mas economistas apontam para o lado oposto: recessão se aprofunda e desemprego deve subir.
Um ano após o presidente Michel Temer assumir o governo com o discurso de que salvaria a economia do país, a crise persiste, agora com um saldo de 14 milhões de desempregados. Para o economista Antonio Corrêa de Lacerda, as apostas de Temer foram equivocadas e insuficientes para garantir a retomada do crescimento.
Por Joana Rozowykwiat