A cúpula que orbita em torno do ex-presidente Fernando Lugo considera quase impossível que ele volte ao poder após o golpe de Estado parlamentar que o destituiu há uma semana. “Agora, do ponto de vista pragmático, é necessário pensar na disputa de 2013”, chancela Mario Ferreiro, um dos principais nomes para concorrer às eleições pela Frente Ampla, em entrevista exclusiva concedida ao Vermelho.
Por Vanessa Silva, enviada especial do Vermelho a Assunção
O presidente destituído do Paraguai, Fernando Lugo, comentou, na tarde desta sexta-feira (29), a postura do Mercado Comum do Sul (Mercosul) de manter o país suspenso do bloco, contra o novo governo liderado por Federico Franco. Segundo ele, a decisão foi uma punição à classe política paraguaia.
Em participação no porgrama Ideias e Debates da Rádio Vermelho, a presidenta do Cebrapaz e do Conselho Mundial da Paz, Socorro Gomes, falou sobre a atentado à democracia realizado no Paraguai. Indignada, Socorro Gomes externou sua opinião ao golpe e afirmou que mais do que nuca precisamos nos mobilizar e lutar pela paz e pela soberania da América Latina.
Em entrevista exclusiva à Rádio Vermelho, o paraguaio Léo Ramirez, que é secretário geral da Associação de Integração Paraguai Brasil Japayke e diretor de migração do Cebrapaz, externo sua indignação ao golpe proferido no Paraguai, sobre a cobertura da mídia golpista e sobre a importância de se luta por soberania e democracia na América Latina.
Em reflexão no porgrama Ponto de Vista da Rádio Vermelho, o jornalista José Reinaldo Carvalho fala sobre a renúncia do embaixador Samuel Pinheiro Guimarães do cargo de alto reprsentante do Mercosul, sobre as vulnerabilidades do bloco e sobre a corbertura mentirosa da mídia.
Os presidentes do Brasil, da Argentina e do Uruguai se reúnem nesta sexta-feira (29) na cidade argentina de Mendoza para definir os termos de suspensão do Paraguai do Mercosul – o bloco de integração regional formado pelos quatro países. O novo governo paraguaio, que assumiu há uma semana depois de um golpe contra o então presidente Fernando Lugo, não poderá participar das reuniões e decisões até as eleições presidenciais de abril – mas não sofrerá sanções econômicas.
Movimentos sociais brasileiros e da América Latina fizeram nesta quinta-feira (28), em frente ao prédio onde fica o gabinete regional da Presidência da República, na Avenida Paulista, em São Paulo, um ato contra o novo governo do Paraguai.
Há menos de uma semana, Fernando Lugo sofreu um golpe de Estado no Paraguai. O episódio ocorreu na sexta-feira (22) e até agora se discute o que vai acontecer com o novo governo. Lugo, no entanto, segue fazendo política de um gabinete alternativo, como prefere chamar o escritório que montou, de onde são decididos os próximos passos na resistência e na luta pelo retorno à democracia.
Por Vanessa Silva, enviada especial do Vermelho a Assunção
A imprensa brasileira parece já completamente ‘desfamiliarizada’ com golpes de Estado. E, no entanto, não faz tanto tempo assim que tivemos o 1º de abril de 1964, golpe que se estendeu por duas décadas e somente se encerrando com a posse do vice-presidente civil José Sarney, uma vez que morreu, justo no dia da posse, o civil eleito Tancredo Neves.
Por Washington Araújo*
O golpe de palácio que derrubou o presidente Lugo não é apenas produto de uma manobra dos sectores mais retrógrados da política local, firmemente ancorados nas ideias da ditadura stroessnista, que governou o país durante 35 anos e prolongou a sua presença nos governos que lhe sucederam. Surge também como resultado de uma estratégia ofensiva que o imperialismo norte-americano vem desenvolvendo em todo o continente.
Por Carlos Aznárez*
A União de Nações Sul-Americanas (Unasul) suspendeu a participação do Paraguai da reunião de sexta-feira (29) do grupo em Mendonza, na Argentina.
Há exatamente três anos, na manhã do dia 28 de junho de 2009, o então presidente de Honduras, José Manuel Zelaya, foi preso em sua residência por policiais e militares hondurenhos. Em cumprimento a uma decisão da Justiça do país, Zelaya foi destituído do poder ainda de pijama e enviado em um avião à capital da Costa Rica, San José.